Por Douglas Ferreira com informações do Terra
Há séculos, o ser humano tem lutado contra o processo natural de envelhecimento. No entanto, um estudo recente da Universidade de Harvard nos EUA trouxe esperanças de que o envelhecimento possa ser revertido. A pesquisa, que foi realizada em camundongos, revelou que o envelhecimento está associado a fatores que afetam a expressão do DNA, em vez de mutações no DNA em si.
A Dra. Cintia Guedes, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que a epigenética desempenha um papel crucial no envelhecimento. A epigenética envolve fatores ambientais que modificam a forma como os genes se comportam, sem alterar a sequência de DNA. Esses fatores incluem dieta, exposição a poluentes, tabagismo, obesidade, estresse e atividade física.
Os pesquisadores do estudo realizaram cortes temporários no DNA dos camundongos para simular o efeito de fatores ambientais e de estilo de vida no padrão epigenético do DNA. Essas alterações causaram um envelhecimento aparente nos camundongos, com biomarcadores de envelhecimento aumentados.
No entanto, os cientistas conseguiram reverter essas mudanças epigenéticas por meio de terapia genética. Eles ativaram genes normalmente ligados ao desenvolvimento embrionário, o que permitiu reverter com segurança mais de 50% do processo de envelhecimento nos camundongos.
Embora este estudo tenha sido realizado em camundongos e tenha limitações, os pesquisadores acreditam que é o primeiro a destacar a mudança epigenética como um fator primário do envelhecimento em mamíferos. Embora mais pesquisas sejam necessárias, ele representa uma mudança na forma como o envelhecimento é compreendido.
A Dra. Cintia destaca que pequenas mudanças no estilo de vida, como uma dieta rica em alimentos nutritivos, exercícios regulares, redução do estresse e sono adequado, podem impactar positivamente a velocidade do envelhecimento. Portanto, não é necessário esperar por mais pesquisas para começar a agir para retardar o envelhecimento.