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Publicado em: 25 outubro 2023 às 10:05

Crédito de US$ 1 bi do banco dos Brics vai para o Tesouro em vez de turbinar programa para pequenos negócios do BNDES


A alocação de um empréstimo de US$ 1 bilhão junto ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o Banco dos Brics, presidido por Dilma Rouseff, para o Tesouro Nacional, não deve fortalecer o programa destinado a apoiar pequenas empresas operado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Embora o empréstimo tenha sido contraído pelo ministro Fernando Haddad com esse propósito, na verdade, o recurso deverá ter outro destino. E isso suscita uma série de aspectos positivos e negativos.

Aspectos Positivos:

  1. Recursos para a economia: O empréstimo fornece recursos significativos para o Brasil em um momento em que a economia enfrenta desafios, o que pode contribuir para a estabilidade financeira e o crescimento.
  2. Juros baixos: A taxa de juros de 1,64% ao ano é relativamente baixa, o que pode ser vantajoso para o governo e, por extensão, para os beneficiários dos programas de crédito, uma vez que pode reduzir o custo do serviço da dívida.
  3. Prazo estendido: O prazo de 30 anos para pagamento do empréstimo oferece flexibilidade ao governo brasileiro para gerenciar suas obrigações financeiras a longo prazo.
  4. Continuidade do programa: O Programa de Geração de Emprego e Renda (Peac), apoiado pelo empréstimo, desempenhou um papel importante durante a pandemia, fornecendo capital de giro para empresas e ajudando a manter empregos.

Aspectos Negativos:

  1. Redirecionamento de recursos: O empréstimo, em vez de expandir a capacidade do Peac para apoiar mais empréstimos para pequenos negócios, está sendo utilizado para ressarcir investimentos já feitos pelo Tesouro Nacional. Isso significa que os recursos não estão sendo utilizados para ampliar o programa.
  2. Critérios de financiamento: O Peac continua a estimular a contratação de crédito para empresas, mesmo em um momento em que o Banco Central está mantendo taxas de juros elevadas para controlar a inflação. Alguns economistas argumentam que essa estratégia não está alinhada com as políticas de controle de inflação e deveria ser temporária.
  3. Continuidade do programa: A continuidade do Peac, que teve origem em 2020, está sendo criticada por economistas que acreditam que ele deveria ter sido concebido como uma medida temporária e não como um programa de longo prazo.
  4. Uso do empréstimo: O direcionamento do empréstimo para o Tesouro Nacional, em vez de para o programa Peac, é visto como uma decisão que vai na contramão da expansão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e evita gastos adicionais para o Tesouro.

No geral, a utilização do empréstimo do NDB para o Brasil gera debates sobre a eficácia e a adequação das políticas de apoio aos pequenos negócios, bem como sobre a estratégia do governo para lidar com as demandas econômicas em um cenário de juros elevados e inflação.

Redação Move Notícias