Por Douglas Ferreira
A estiagem histórica que afeta o Rio Negro, um dos principais rios da região amazônica, é verdadeiramente inédita em sua severidade e impacto. O nível do rio atingiu um novo mínimo histórico, com a cota chegando a 13,19 metros, uma queda significativa em comparação ao recorde de alta de 30,02 metros medido apenas dois anos antes.
Os impactos ambientais dessa seca são enormes para a bacia do Amazonas. Aqui estão alguns deles:
- Impacto na fauna e flora dos rios: A redução drástica do nível da água afeta a biodiversidade da região. Muitas espécies de peixes e outros animais aquáticos dependem das cheias dos rios para reprodução e alimentação, e a seca pode levar a uma diminuição significativa das populações dessas espécies. Além disso, a vegetação ribeirinha, que fornece habitat e alimento para diversas espécies, também é prejudicada.
- Perda de habitats aquáticos: A seca pode causar o encolhimento dos canais dos rios e a exposição de áreas anteriormente submersas, o que pode levar à degradação dos habitats aquáticos e à morte de organismos adaptados à vida submersa.
- Alterações no ciclo de nutrientes: As cheias dos rios amazônicos são importantes para o transporte de nutrientes que sustentam os ecossistemas terrestres e aquáticos da região. A falta de cheias regulares pode desequilibrar esse ciclo de nutrientes.
- Impacto na economia: A economia da região amazônica é fortemente ligada à navegabilidade dos rios. A seca prejudica o transporte fluvial, que é essencial para o escoamento de produtos agrícolas e industriais. Além disso, a pesca comercial é afetada, resultando em perdas econômicas significativas para as comunidades locais.
- Escassez de água potável: A redução dos níveis dos rios pode afetar o acesso à água potável para as comunidades ribeirinhas, o que é essencial para a saúde e a sobrevivência das pessoas.
- Impactos sociais: A seca coloca as comunidades em situação de fragilidade, devido à escassez de alimentos e água. As ações governamentais e de ajuda humanitária, como a distribuição de cestas básicas e água mineral, são necessárias para ajudar as pessoas a enfrentar esse momento de dificuldade.
A ação conjunta da Marinha, do Exército e das autoridades locais na distribuição de cestas básicas e água mineral na região do Alto Solimões, com início em Tabatinga, alto amazonas é um exemplo importante de resposta humanitária diante da situação de emergência causada pela estiagem histórica na Amazônia. Essas iniciativas desempenham um papel fundamental em atender às necessidades das comunidades afetadas.
“A estiagem prolongada colocou diversas comunidades em situação de fragilidade, devido às dificuldades de abastecimento que estão enfrentando. Essa operação é muito importante por trazer uma resposta imediata e ajudá-los a superar esse momento de dificuldade”, disse o capitão de fragata Ricardo Bastos, capitão dos Portos de Tabatinga.
É importante lembrar que a seca na Amazônia está interligada a fenômenos climáticos globais, como o aquecimento global, que podem levar a eventos extremos e imprevisíveis. A preservação e a gestão sustentável da Amazônia são cruciais para mitigar os impactos desses eventos e proteger esse ecossistema vital para o planeta.