O brutal assassinato dos três médicos no Rio de Janeiro esta semana chocou não apenas o Brasil, mas também o mundo. Os três profissionais de saúde foram executados por engano, e um quarto médico sobreviveu ao ataque a tiros em que levou 10 disparos. A execução foi tão chocante que os executores acabaram mortos ao que tudo indica pela própria organização criminosa a que pertenciam.
A polícia encontrou quatro corpos, sendo que pelo menos dois dos indivíduos mortos tiveram participação direta no assassinato dos médicos. Os homens que foram executados pelo tribunal do crime eram traficantes que atuavam na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Dois dos bandidos encontrados mortos eram bem conhecidos no mundo do crime. O traficante Phillip Motta Pereira, conhecido como “Lesk,” era o chefe do tráfico de drogas na comunidade da Gardênia Azul, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde ocorreu o triplo homicídio. Essa área era anteriormente dominada por milicianos, mas foi invadida por traficantes em uma ação violenta no início deste ano, liderada por Lesk. Vários milicianos foram mortos em confrontos com traficantes, resultando em deslocamento de moradores que abandonaram suas casas devido à violência.
O segundo corpo identificado era o de Ryan Soares de Almeida, que já estava sendo procurado pela polícia por envolvimento em mortes na região da rua Araticum e em confrontos em Rio das Pedras, ambas localizadas na Zona Oeste do Rio. O terceiro corpo era de Thiago Lopes Claro da Silva: integrante da quadrilha. Apenas o quarto bandido morto ainda não foi identificado.
A investigação já apurou que dois suspeitos de envolvimento no ataque, Bruno Pinto Matias, o Preto Fosco, e Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, o BMW, não estão entre os mortos. Eles permanecem foragidos.
Os quatro corpos foram encontrados em dois locais diferentes da cidade do Rio de Janeiro. Três dos corpos estavam em um carro prata na rua Abraão Jabour, no bairro Camorim, em Jacarepaguá. O quarto corpo estava a cerca de 11 km de distância, em um carro abandonado na avenida Tenente-Coronel Muniz de Aragão, próximo da praça da Gardênia Azul.
O motivo da execução desses bandidos pelo tribunal do crime foi o fato de eles terem, aparentemente por engano, matado os três médicos na Barra da Tijuca. Segundo as investigações, o verdadeiro alvo era um miliciano chamado Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, de 26 anos, que tinha características físicas muito semelhantes às do médico Perseu Ribeiro de Almeida, de 33 anos, que foi executado. Além de Perseu, também perderam a vida no ataque os médicos Marcos de Andrade Corsato, de 62 anos, e Diego Ralf de Souza Bomfim, de 35 anos.
Por Douglas Ferreira