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Publicado em: 2 outubro 2023 às 12:29 | Atualizado em: 2 outubro 2023 às 16:44

Flávio Dino lança programa de enfrentamento às facções criminosas que aterrorizam o país

O governo precisa reconquistar a confiança da sociedade brasileira – Foto: Reprodução


O Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas apresentado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública é uma iniciativa importante e necessária em um país que enfrenta desafios significativos relacionados à violência urbana e ao poder das facções criminosas. No entanto, há várias questões e desafios a serem considerados:

  1. Integração das Forças de Segurança: O programa busca promover a integração entre as diferentes forças de segurança, o que é crucial para combater as organizações criminosas de forma eficaz. No entanto, a implementação efetiva dessa integração pode ser um desafio, pois envolve diferentes agências, Estados e municípios.
  2. Recursos financeiros: O investimento de R$ 900 milhões é significativo, mas é importante garantir que esses recursos sejam utilizados de forma eficiente e transparente, direcionados para as áreas que mais precisam.
  3. Legislação e reformas: O programa menciona a proposta de alterações na legislação. É fundamental que essas mudanças sejam bem planejadas e discutidas com a sociedade, levando em consideração os direitos individuais e as garantias constitucionais.
  4. Fronteiras e portos: O foco na integração das medidas de segurança nas fronteiras, portos e aeroportos é importante, dada a entrada de drogas e armas pelo território nacional. No entanto, a implementação efetiva dessas medidas também é um desafio logístico e financeiro.
  5. Críticas e política: O ministro Flávio Dino menciona críticas recebidas em relação à sua gestão. O debate e a discussão pública são essenciais em uma democracia, mas é importante que as críticas sejam construtivas e que o programa seja avaliado com base em seu impacto efetivo na segurança pública.
  6. Divisão do ministério: A proposta de divisão do ministério em duas pastas separadas, uma para a Justiça e outra para a Segurança Pública, é uma questão que merece discussão e análise cuidadosa para determinar qual abordagem seria mais eficaz no enfrentamento da criminalidade.

Em resumo, o combate às facções criminosas e à violência urbana é uma tarefa complexa e desafiadora que requer uma abordagem abrangente, envolvendo não apenas forças de segurança, mas também medidas sociais, econômicas e legislativas. É fundamental que todas as partes interessadas, incluindo o governo, a sociedade civil e os órgãos de segurança, trabalhem juntas de maneira coordenada e transparente para alcançar resultados efetivos na redução da criminalidade e no fortalecimento da segurança pública no Brasil.

O governo precisa reconquistar a confiança da sociedade brasileira uma vez que ao longo destes nove meses tem agido e adotado medidas que direta ou indiretamente têm beneficiado as facções criminosas. Cito, por exemplo, a transferência de lideranças de comando dessas organizações criminosas, de presídios federais distantes para outros seus Estados de origem. Isso tem dado substancial poder de ação das facções em todo o país.

Por outro lado, o Poder Judiciário, com destaque para o Supremo Tribunal Federal, ou pelo menos, parte de seus ministros, têm tomado decisões que libertam lideranças do tráfico, liberam patrimônios apreendidos enfim, decisões que vão na contra mão do que esse Programa Nacional se propõe.

Por Douglas Ferreira