Move Notícias

Publicado em: 13 setembro 2023 às 17:09 | Atualizado em: 13 setembro 2023 às 20:17

Argentina: Inflação anual atinge 124,4% em agosto

A situação de quase miséria na Argentina pode refletir o resultado das urnas – Foto: Reprodução

A taxa de inflação anual na Argentina atingir 124,4% em agosto de 2023 é um número extremamente elevado e indica uma grave crise inflacionária no país. O aumento de 11 pontos percentuais em relação ao mês anterior, julho, é alarmante e sugere que a inflação está fora de controle.

Além disso, a taxa mensal de inflação de 12,4% em agosto é a mais alta em 21 anos, o que agrava ainda mais a situação econômica do país. Inflação em níveis tão elevados pode ter sérias consequências para a economia, incluindo a perda do poder de compra da moeda, o aumento dos preços dos produtos básicos e a instabilidade econômica geral.

É importante lembrar que a inflação alta pode prejudicar a qualidade de vida da população e dificultar o planejamento financeiro de empresas e indivíduos. O governo argentino provavelmente enfrenta desafios significativos para conter essa inflação e estabilizar a economia.

Os dados mostram que a inflação na Argentina está afetando diferentes setores da economia. O aumento nos preços dos alimentos e da saúde em particular pode ser especialmente preocupante, pois são itens essenciais para a população.

A inflação argentina em números

Os setores de alimentos (15,6%) e saúde (15,3%) puxaram a alta, enquanto os de bebidas alcóolicas e tabaco (8,5%) e comunicação (4,5%) foram os mais baixos do período.

Alta da Leliq agravou ainda mais a situação inflacionária

Para controlar a alta nos preços, o BCRA (Banco Central da Argentina) aumentou em agosto a Leliq, taxa básica de juros do país, em 21 pontos percentuais, subindo de 97% para 118%.

O fato de o Banco Central da Argentina ter aumentado a taxa básica de juros em agosto para tentar controlar a inflação indica que o governo está tentando tomando medidas para enfrentar essa crise. Mas o resultado revela que tem errado na dose. E o resultado é que essas medidas trouxeram consequências econômicas, como: o aumento dos custos de empréstimos e financiamento para empresas e indivíduos.

No entanto, controlar uma inflação tão alta é uma tarefa desafiadora e requer uma combinação de políticas fiscais e monetárias eficazes. É importante para o governo argentino encontrar um equilíbrio entre a necessidade de conter a inflação e garantir que essas medidas não prejudiquem ainda mais a economia ou afetem negativamente a qualidade de vida da população.

A inflação em níveis tão elevados é, sem dúvida, uma preocupação significativa e uma indicação de desafios econômicos profundos que o país enfrenta. A estabilização econômica e o controle da inflação serão prioridades importantes para as autoridades argentinas nos próximos meses e anos.

Um país com inflação em alta, moeda desvalorizada e sucessivos fracassos na tentativa de estancar a crise econômica reflete necessariamente na política. Sobretudo agora, que a Argentina para pelo processo eleitoral que vai escolher o próximo presidente.

A disputa está centrada em três postulantes ao cargo: o ultraliberal Javier Milei; o ministro da Economia, Sergio Massa; e a candidata apoiada pelo ex-presidente Mauricio Macri, Patricia Bullrich. Milei, é o candidato que lidera as pesquisas de intenção de votos. Ele compartilha do mesmo sentimento anti-sistema, que o ex-presidente Jair Bolsonaro ao Palácio da Alvorada.

Uma Argentina empobrecida e com uma inflação galopante representa terreno fértil para a ascensão daqueles que falam a linguagem das massas. E Milei está sem dúvida se comunicando e interagindo com essa massa empobrecida e descrente da política tradicional. 

Por Douglas Ferreira