O Impostômetro, um indicador que mede a quantia total de impostos, taxas, contribuições, multas, juros e correção monetária pagos pelos brasileiros, está prestes a atingir a marca de R$2 trilhões nesta quarta-feira, 30. Esse marco em 2023 ocorre mais cedo do que no ano anterior, quando foi alcançado em 14 de setembro. A ferramenta é mantida pela Associação Comercial de São Paulo – ACSP.
A antecipação desse recorde é explicada, em parte, pelo aumento da inflação ao longo desse período. A inflação elevada, embora mitigada por algumas medidas de desoneração, teve um impacto direto no aumento dos preços dos produtos, o que por consequência influenciou a arrecadação tributária.
Marcel Solimeo, economista-chefe da ACSP, enfatizou que a notável diferença de 14 dias entre os anos se deve, em grande medida, à inflação acumulada nesse intervalo de tempo. Ele também observou que a redução temporária dos impostos sobre os combustíveis exerceu um efeito moderador sobre o impacto do aumento geral dos preços.
Nesse contexto, surge uma questão: para onde vai todo esse montante de recursos arrecadados através dos impostos? Por que o governo não direciona esses fundos para políticas públicas que beneficiem a população brasileira e impulsionem o desenvolvimento do país? Essa interrogação levanta importantes debates sobre alocação de recursos e prioridades na gestão financeira do Estado.
A situação se complica tanto para os cidadãos quanto para as empresas devido à crescente carga de tributos, incluindo impostos, contribuições e taxas. Essa tendência parece se agravar devido à ânsia do governo federal em aumentar ainda mais suas receitas. Nos dias atuais, uma narrativa recorrente no Brasil é a proposta de criação de novos tributos, o retorno de certas contribuições e a reintrodução de impostos anteriormente suspensos. Um exemplo disso é o Imposto Sindical, que está na lista de tributos que o governo pretende recobrar dos trabalhadores. Nesse contexto, o que anteriormente representava apenas um dia de trabalho pode agora consumir o equivalente a três dias e meio de trabalho por ano do trabalhador.
Diante desse cenário, o contribuinte se vê com poucas opções diante da voracidade do sistema tributário. A busca incessante por arrecadação parece não ter limites. Cada vez que um novo imposto é aprovado, o governo já tem outros dois ou três “na manga”, prontos para serem propostos. Essa situação se tornou um verdadeiro pesadelo para o cidadão brasileiro, que enfrentam a constante pressão da carga tributária em expansão.
Por Douglas Ferreira