Uma falha ocorrida em um equipamento do sistema de proteção de uma usina elétrica localizada no Ceará é apontada como a causa ‘subjacente’ ao apagão energético que afetou 25 Estados e o Distrito Federal no dia 15 deste mês. Essa informação foi revelada nesta terça-feira, 29, por Luiz Carlos Ciocchi, diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS, durante uma sessão conjunta das Comissões de Minas e Energia e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.
Ciocchi explicou que as investigações em torno desse incidente ainda estão em curso. E contam com a colaboração das empresas do setor elétrico. O ponto de partida da falha foi a desconexão de uma linha de transmissão entre Fortaleza e Quixadá, no Ceará.
O diretor elucidou que os especialistas do ONS receberam pistas que indicavam um atraso na ativação do equipamento de uma usina. E que a partir disso puderam entender melhor a causa da falha que resultou no apagão, afetando cerca de 30 milhões de pessoas.
Segundo os detalhes compartilhados por Ciocchi, ficou evidente que o equipamento em questão levou entre 80 e 100 milissegundos para reagir à queda súbita de energia, um intervalo muito maior que os 15 milissegundos previamente estimados. Esse atraso sobrecarregou o sistema e desencadeou uma série de problemas que, acumulados, culminaram na interrupção generalizada do fornecimento de energia. Um relatório completo, contendo informações detalhadas sobre o incidente, será publicado nas próximas semanas.
O diretor ressaltou que, embora a falha tenha sido um gatilho para o ocorrido, não foi a única causa. Isso porque o sistema elétrico brasileiro é concebido com redundâncias para lidar com quedas isoladas sem colapsar.
Como resposta ao incidente, Ciocchi revelou que o “ONS optou por reduzir preventivamente o volume de energia na rede do Sistema Interligado Nacional até que as causas sejam totalmente apuradas”. Vale notar que Roraima, por não estar conectado ao sistema interligado, foi o único Estado que não sofreu os impactos do apagão.
As explicações do diretor geral da ONS faz cair por terra as especulações de parte da mídia, da esquerda e até de setores do governo que atribuíam o apagão à privatização da Eletrobras. A tentativa de politizar o apagão mais uma vez não prosperou.
Redação Move Notícias