Por volta do meio dia e meio, desta quinta-feira, 24, as autoridades confirmaram que um incêndio de grandes proporções, no entorno da Serra das Confusões, no Sul do Piauí, já consumiu uma área de mais de 9 mil hectares de vegetação. E mais: há suspeitas de uma possível ação criminosa.
O delegado geral, Luccy Keyko, revelou que peritos da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente foram mobilizados até Canto do Buriti. São eles que vão conduzir as investigações sobre as origens desse incêndio devastador.
Um vídeo que circula nas redes sociais exibe as chamas se aproximando de uma escola no povoado de Santa Clara, na zona rural de Canto do Buriti. O registro mostra o pânico entre professores e estudantes, que tiveram que evacuar a escola devido à proximidade do fogo.
Há relatos na região de que conflitos pela posse de terras entre produtores locais poderiam ter dado origem a um incêndio criminoso. As chamas teriam saído do controle e rapidamente se tornou incontrolável. O delegado se reservou de detalhar os avanços das investigações, mas confirmou que a Polícia Civil já esteve na área na semana anterior, quando o incêndio começou, para averiguar essas alegações.
Hoje, uma nova equipe especializada foi enviada para a região. O delegado explicou: “Deslocamos hoje para lá uma equipe da Delegacia do Meio Ambiente, com um engenheiro florestal e agentes de polícia, para investigar as causas do incêndio. Se foi uma ação criminosa, vamos descobrir e responsabilizar os envolvidos”.
De acordo com o delegado Willame Morais, da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente – DPMA, existem sinais claros de uma possível ação criminosa por trás do incêndio em Canto do Buriti. “Estamos investigando esse incêndio desde a semana passada e temos indícios de ação criminosa. Depoimentos que coletamos corroboram com essa teoria”.
No decorrer do dia, uma equipe da DPMA, foi enviada a Canto do Buriti para coletar provas e evidências. “Hoje mandamos uma equipe adicional para a cidade. Esta equipe inclui dois peritos e dois engenheiros, um deles especializado em florestas e o outro em agricultura. Eles irão coletar elementos de prova”, explicou Willame Morais.
O delegado geral Luccy Keyko destacou a preocupação com o uso do fogo como ferramenta na agropecuária durante este período do ano, o chamado BR O BRÓ.
Ele ressaltou: “Não faz sentido usar o fogo para queimar coisas em propriedades. Além de poder causar incêndios, ainda é possível responder por isso legalmente”.
E concluiu: “Estamos nos aproximando da estação mais quente do ano, e é crucial evitar o uso do fogo, visto que a vegetação está seca e o vento está forte. Um pequeno incidente pode facilmente se transformar em um desastre ambiental”.
Fato é que as queimadas irregulares e até criminosas, aliadas à combustão espontânea têm devastado ano a ano centenas de milhares de hectares de vegetação nativa e campos de produção tem todo o território piauiense. Como é fato também que só com uma ampla campanha de conscientização do perigo representado pelas queimas é que esse quadro poderá ser revertido no Piauí.
Por Douglas Ferreira, com informações do cidadeverde.com
