Ações da Petrobras subiram após o anúncio do reajuste de preços dos combustíveis
O Ibovespa enfrentou sua décima primeira sessão consecutiva de desempenho negativo. Isso reflete influências tanto da Eletrobras quanto do cenário internacional. Inicialmente, o índice registrou ganhos impulsionados pelas ações da Petrobras, mas as mudanças no panorama global acabaram contaminando o Ibovespa. Resultado: uma queda pressionada também pela redução nos valores das ações da Eletrobras (ELET6). No encerramento do dia, o índice apresentou uma queda de 0,55%, situando-se em 116.171 pontos.
A instabilidade global, influenciada pela situação econômica da China, exerceu significativa influência negativa sobre o Ibovespa. A economia chinesa tem demonstrado dificuldades em se recuperar, gerando apreensão entre investidores em todo o mundo.
Novos dados divulgados agravaram ainda mais a situação, já que grande parte desses indicadores ficou aquém das expectativas. A produção industrial chinesa recuou de 4,4% para 3,7%, enquanto as vendas do varejo também apresentaram queda, passando de 3,1% para 2,5%.
Além disso, a taxa de desemprego aumentou de 5,2% para 5,3%. A tentativa do Banco Popular da China de reduzir as taxas de juros não foi suficiente para restabelecer a confiança dos investidores, que agora veem com ceticismo a possibilidade de estímulos fiscais por parte do governo chinês, devido ao alto endividamento da economia.
A redução nas ações da Eletrobras também impactou negativamente o índice. A mudança na liderança da empresa, com a renúncia de Wilson Ferreira Júnior, nesta segunda-feira, 14, gerou preocupações quanto a possíveis interferências políticas na estatal, considerando a postura do atual governo contrária à privatização. No entanto, análises do Exame In indicaram que a saída de Ferreira Júnior foi resultado de meses de tensões com o conselho de administração.
Mesmo o aumento nos preços do diesel e da gasolina repassado às distribuidoras pela Petrobras não conseguiu impulsionar de forma duradoura o Ibovespa. As ações da petroleira tiveram um breve aumento de até 0,7%, mas a influência negativa que tomou conta do mercado fez com que esses ganhos fossem rapidamente revertidos.
Na lista das maiores altas, a BRF (BRFS3) se destacou ao subir 7%, apesar de ter apresentado um prejuízo de R$ 1,3 bilhão no segundo trimestre. Os investidores receberam de forma positiva o desempenho da empresa, especialmente em relação ao Ebitda, que superou as expectativas. O indicador de geração de caixa da BRF foi de R$ 971 milhões, 8% acima das previsões do BTG Pactual.
Por outro lado, as ações da Gol sofreram uma queda significativa de 12,5% após o corte na recomendação dos analistas do Citi para os recibos das ações no exterior (ADRs). A recomendação foi rebaixada de “compra” para “neutra”, com o preço-alvo reduzido de US$ 7,75 para US$ 4,20.
Redação Move Notícias