Nos últimos tempos, tem sido notável o ressurgimento de uma tradição nas escolas: a execução dos hinos nacional e estadual, seguida pelo hasteamento da bandeira, antes do início das aulas. Esse revival de um costume que por anos ficou em segundo plano está levantando discussões sobre a importância de tais práticas e seu papel na educação dos jovens.
A decisão de reintegrar a execução dos hinos e o hasteamento da bandeira ao cotidiano escolar “reflete um movimento mais amplo de reafirmação de valores cívicos e de identidade nacional”. Enquanto algumas escolas sempre mantiveram essa tradição, outras estão revivendo-a como uma forma de reforçar a conexão dos estudantes com a Nação e o Estado em que vivem.
Os hinos nacional e estadual carregam em si uma rica carga simbólica, lembrando os cidadãos de sua história, cultura e responsabilidades. Eles podem ser vistos como uma maneira de celebrar a diversidade de um país e unir as pessoas em torno de um sentimento de pertencimento. Além disso, a execução dos hinos e o hasteamento da bandeira podem atuar como um lembrete tangível dos valores de respeito, cidadania e patriotismo.
Para muitos defensores dessa prática, o ato de cantar o hino nacional e estadual e hastear a bandeira não é apenas um ritual simbólico, mas também uma forma de educar as gerações futuras sobre a importância de serem cidadãos ativos e responsáveis. Eles acreditam que essas ações podem contribuir para a formação de indivíduos comprometidos com o bem-estar coletivo e com uma compreensão mais profunda de sua própria identidade cultural.
O Centro Educacional José Alves de Sousa Neto – Escolinha do Sesc -, na Ilhotas, é adepta dessa prática cívica, há alguns anos. Mas tem intensificado o canto dos hinos nacional e estadual, nas últimas semanas, por conta do encerramento do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência – PROERD.
“Nossos alunos do 3º, 4º e 5º anos estão treinando para uma apresentação cívica no encerramento do PROERD, no próximo dia 30, no Sesc Cajuína”, explicou o professor Diomar Pereira de Sousa, secretário da Escolinha do Sesc.
No entanto, é importante reconhecer que essa prática também gera debates. Alguns críticos argumentam que a execução dos hinos e o hasteamento da bandeira podem ser interpretados como uma imposição de valores e ideais. E que isso deixa pouco espaço para a diversidade de opiniões e perspectivas.
Além disso, há preocupações sobre o risco de a prática se tornar uma mera formalidade vazia, sem reflexão real sobre o que esses símbolos representam.
Em última análise, a decisão de reintroduzir a execução dos hinos nacional e estadual, juntamente com o hasteamento da bandeira, é uma questão que requer um equilíbrio cuidadoso. Deve-se considerar não apenas o valor histórico e simbólico dessas tradições, mas também o contexto cultural e a diversidade de opiniões presentes em uma sociedade.
A forma como essas práticas são implementadas e discutidas nas escolas pode ter um impacto profundo na maneira como os jovens compreendem e valorizam sua identidade cívica e nacional.
Uma coisa é fato: é simplesmente magnífico ver e ouvir a garotada entoando essa parte do Hino Nacional – “Gigante pela própria natureza/És belo, és forte, impávido colosso/E o teu futuro espelha essa grandeza/Terra adorada/Entre outras mil/És tu, Brasil/Ó Pátria amada!/Dos filhos deste solo, és mãe gentil/Pátria amada, Brasil!”
Por Douglas Ferreira