O Palácio do Planalto adotou manobras para enfraquecer a Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI do Movimento do Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, que conta com a maioria da oposição. Ao começar a última sessão, os parlamentares descobriram que nem mesmo faziam mais parte da comissão.
Essa mudança foi realizada discretamente pelos partidos políticos: PP, União Brasil e até mesmo pelo PL, o maior partido de oposição da Câmara. A ação ocorreu logo após a CPI ter conseguido convocar o ministro da Casa Civil, Rui Costa, membro do Partido dos Trabalhadores e ex-governador da Bahia. Entretanto, essa convocação foi revogada por uma decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira.
O relator da CPI, Ricardo Salles (PL/SP), expressou sua intenção de ouvir explicações do ministro Rui Costa. Segundo Salles, “ele é apontado como responsável pela falta de punição em relação às invasões de terras na Bahia e possui muito a esclarecer sobre o assunto”.
Indivíduos envolvidos nas substituições revelaram que o governo usou cargos e emendas para pressionar os líderes dos partidos a realizarem essa troca.
Uma das deputadas substituídas, Magda Mofatto (PL/GO), admitiu que a motivação por trás da troca está relacionada às votações. Ela afirmou que “retornará à Comissão quando a situação envolvendo Rui Costa estiver menos intensa”.
Surpreendentemente, até o presidente da CPI, deputado Zucco (Republicanos/RS), não estava ciente da substituição dos membros da comissão, tendo tomado conhecimento apenas após o início dos trabalhos.
Redação Move Notícias