A decisão anunciada pelo Comitê de Política Monetária – Copom, de reduzir a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, levou o mercado a avaliar que esse ritmo de cortes será mantido como a “velocidade de cruzeiro” do ciclo de afrouxamento monetário. Entretanto, entre economistas, já surgem vozes que defendem uma aceleração desse ritmo para 0,75 ponto percentual nas próximas reuniões do colegiado. Essa aposta tem ganhado força no mercado de juros, conforme divulgou o jornal O Estado de São Paulo.
A decisão do Copom foi dividida e divergiu das expectativas da maioria dos analistas. Eles esperavam um corte menor, de 0,25 ponto percentual. Essa foi a primeira vez desde março de 2021 que houve essa divergência entre o Banco Central e o consenso do mercado.
Apesar da decisão dividida, o comitê deixou claro que os membros preveem reduções futuras da mesma magnitude nas próximas reuniões. Como resultado, diversas instituições financeiras, incluindo o Banco BV, Barclays, BNP Paribas, G5 Partners e Warren Rena, revisaram suas projeções para a taxa Selic no fim de 2023, reduzindo-a de 12% para 11,75%. Essas revisões consideram um corte maior de 0,25 ponto percentual em agosto, seguido por cortes de 0,5 ponto percentual nas reuniões do Copom em setembro, novembro e dezembro.
O diretor de pesquisa para América Latina do BNP Paribas, Gustavo Arruda, classificou a decisão como um “corte hawkish” ou duro, devido ao esforço do Banco Central em sinalizar um ritmo mais contido para os próximos ajustes.
O economista da ASA Investments, Leonardo Costa, vai além e avalia que uma redução de 0,75 ponto percentual na próxima reunião do Copom não pode ser descartada. Essa perspectiva mantém os investidores e analistas atentos ao cenário econômico, que pode sofrer mudanças e impactos significativos com as decisões do Banco Central sobre a taxa de juros Selic.
Com informações da O Estado de São Paulo