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Publicado em: 1 agosto 2023 às 18:00 | Atualizado em: 2 agosto 2023 às 15:37

Ex-diretor da Abin afirma na CPMI que GDias sabia do risco de ataques aos Poderes

Depoimento de Cunha à CPMI – Foto: Agência Senado

O ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência – Abin, Saulo Moura da Cunha, prestou depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito – CPMI, do 8 de Janeiro nesta terça-feira (1º). Ele afirmou que o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional – GSI, general Marco Edson Gonçalves Dias, “foi informado sobre o risco de ataques às sedes dos Três Poderes”. Cunha respondeu a perguntas da relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD/MA), sobre quando o general teria recebido os primeiros alertas sobre a possibilidade de ataques.

Segundo Cunha, os primeiros informes foram enviados a Gonçalves Dias na manhã do dia 8 de janeiro através de um aplicativo privado de mensagens. Ele também relatou que falou com o general por telefone no início da tarde do mesmo dia, antes dos ataques, para alertá-lo sobre a preocupação de que as sedes dos Poderes seriam invadidas e haveria ações violentas.

Em relação a uma polêmica sobre relatórios enviados à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência – CCAI, do Congresso Nacional e à Procuradoria Geral da República – PGR, Cunha negou ter adulterado qualquer documento. Ele afirmou que elaborou ambos os relatórios, mas a decisão de retirar do primeiro documento os alertas enviados diretamente a GDias partiu do próprio chefe do GSI, que tinha a prerrogativa de definir quais informações seriam divulgadas pela Abin.

A relatora, senadora Eliziane Gama, classificou a ordem de GDias de “absurda” e acusou Cunha de ter cometido uma ilegalidade ao omitir informações ao Congresso Nacional. Cunha, por sua vez, defendeu que apenas cumpriu uma ordem do general.

Saulo Moura da Cunha descreveu os ataques como “eventos lamentáveis” e informou que o Distrito Federal recebeu 130 ônibus com mais de 5 mil passageiros, alguns apontados como “radicais extremistas”, entre os dias 7 e 8 de janeiro.

O ex-diretor-adjunto da Abin prestou o depoimento à CPMI amparado por um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF), que o isentou de responder a questionamentos sobre informações protegidas por sigilo profissional.