Move Notícias

Publicado em: 29 julho 2023 às 15:50 | Atualizado em: 29 julho 2023 às 15:50

TENDÊNCIA: Empresas investem em universidade e escola própria para formar profissionais

A carência de mão de obra especializada motiva empregadores a criar instituições de ensino: estratégia já é bem-sucedida em países como EUA e Alemanha

A employer university virou tendência – Foto: iStock

O movimento conhecido como “employer university” ou “universidade conectada ao empregador” está ganhando força, especialmente em setores que enfrentam uma carência significativa de profissionais qualificados, como tecnologia e saúde. Essa abordagem inovadora de educação atrai especialmente os jovens, pois os cursos são integrados diretamente às empresas e possuem certificação do Ministério da Educação – MEC, o que proporciona uma oportunidade promissora de ingresso no mercado de trabalho.

Essa nova abordagem educacional vem ao encontro das necessidades do mercado, que busca profissionais altamente capacitados e adaptados às demandas específicas de cada setor. As empresas perceberam que investir em programas educacionais que atendam às suas demandas específicas é uma estratégia vantajosa para enfrentar a escassez de talentos.

As employer universities funcionam como uma parceria entre instituições de ensino e empresas, oferecendo cursos que são desenvolvidos em conjunto para garantir que o conteúdo seja alinhado às necessidades reais do mercado de trabalho. Essa abordagem permite que os estudantes adquiram habilidades relevantes e atualizadas, tornando-os mais atraentes para as oportunidades de emprego.

Além disso, o fato de esses cursos serem certificados pelo Ministério da Educação aumenta a confiança dos jovens e seus pais na qualidade do ensino oferecido, dando-lhes a segurança de que estão fazendo uma escolha educacional sólida e reconhecida oficialmente.

Essa conexão mais estreita entre a academia e o mercado de trabalho também beneficia as empresas, pois elas podem recrutar talentos promissores diretamente dos programas de treinamento e educação. Isso economiza tempo e recursos no processo de seleção e integração de novos colaboradores, já que as empresas podem identificar os candidatos mais adequados desde o início.

Para os jovens, essa abordagem oferece uma vantagem competitiva significativa no mercado de trabalho altamente competitivo. Eles têm a oportunidade de obter habilidades e experiências práticas diretamente relevantes para o setor em que desejam ingressar, tornando-os mais empregáveis e capazes de se destacar entre os concorrentes.

Enquanto os empregadores capacitam pessoas já integradas à sua cultura organizacional, os alunos colocam em prática o que aprendem em sala de aula e têm acesso mais cedo ao mercado de trabalho. Foi o que ocorreu com Kaymon de Paula Rodrigues Silva, de 19 anos, que conquistou seu primeiro emprego em maio, após integrar a turma inicial do ensino médio integrado à Escola Técnica de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein.

Quando completou o terceiro ano do curso, em 2021, o jovem iniciou estágio em unidades administradas pelo Einstein. Hoje, formado e registrado no Conselho Regional de Enfermagem – Coren, é funcionário do centro cirúrgico, no bairro do Morumbi. “Pretendo cursar medicina. Me vejo em vantagem, porque já sei como é atuar dentro de um hospital”, destaca.

Entre os formandos do Curso Técnico de Enfermagem do Ensino Einstein em 2020, 84% foram empregados até o final do ano passado, sendo 80% deles contratados internamente nos locais onde a organização faz a gestão. Ao todo, o sistema administra 27 unidades públicas e 13 no setor privado, onde os alunos dos cursos de formação profissional têm estágios garantidos pela escola.

Em resumo, o movimento de employer university está se tornando uma tendência importante no cenário educacional atual, preenchendo uma lacuna entre a academia e as demandas do mercado de trabalho. Essa abordagem proporciona benefícios mútuos para as instituições de ensino, empresas e jovens estudantes, tornando-se uma estratégia promissora para enfrentar os desafios da escassez de profissionais qualificados em setores críticos como tecnologia e saúde.

Redação Move Notícias