Por Douglas Ferreira, com informações G1
O sequestro e furto de crianças no Brasil é uma realidade alarmante e mais comum do que se imagina. Crianças são frequentemente raptadas em locais públicos, como ruas e praças, enquanto brincam. Recém-nascidos, por outro lado, muitas vezes são levados diretamente das maternidades logo após o parto. Esses crimes podem estar ligados a adoções fraudulentas, comércio ilegal de órgãos ou tráfico de pessoas.
Um caso recente ilustra bem essa problemática: em Uberlândia, no Sul de Minas Gerais, uma mulher se passando por médica sequestrou uma bebê recém-nascida do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU). A criança foi posteriormente encontrada em Itumbiara, no interior de Goiás, e a raptora foi presa.
O rapto aconteceu na noite de terça-feira (23), quando a mulher, identificada como Claudia Soares Alves, entrou no hospital vestida como uma pediatra. Ela convenceu os pais da recém-nascida de que precisava levar a bebê para ser alimentada, mas em vez disso, fugiu com a criança. Câmeras de segurança capturaram a ação da mulher, que chegou ao hospital às 23h18, disfarçada com jaleco, touca, máscara, luvas de borracha e uma mochila amarela. Às 23h55, ela foi filmada deixando o hospital com a bebê nos braços.
A Polícia Civil de Uberlândia, liderada pelo delegado Marcos Tadeu de Brito Brandão, encontrou a bebê na manhã seguinte em Itumbiara, a 134 km de distância. A criança passou por exames e foi encontrada em boas condições de saúde, sem sinais de maus-tratos. Claudia Soares Alves foi presa e está sendo investigada por outros crimes, incluindo o assassinato de uma farmacêutica em 2020.
O HC-UFU iniciou uma investigação interna para apurar todas as circunstâncias do sequestro e está cooperando com as autoridades. Em nota, o hospital afirmou que acionou a Polícia Militar imediatamente após o ocorrido e forneceu as imagens das câmeras de segurança para auxiliar nas investigações.
Este incidente sublinha a necessidade de medidas rigorosas de segurança e vigilância em maternidades e outros locais vulneráveis para prevenir tais crimes. O tráfico de crianças para adoção ilegal, comércio de órgãos e exploração no tráfico humano é uma realidade que exige uma resposta firme e eficaz das autoridades e da sociedade.