Por Wagner Albuquerque
Aguinaldo Silva fez diversas revelações em seu livro “Meu Passado me Perdoa: Memórias de uma Vida Novelesca”. O veterano autor compartilha detalhes de sua experiência na TV Globo, incluindo relatos chocantes sobre o comportamento de alguns artistas. Um dos episódios mais polêmicos descritos por Silva envolve a venda de drogas nos bastidores das gravações.
Durante as filmagens da minissérie “Bandidos da Falange” (1983), Aguinaldo afirma ter presenciado artistas que, além de atuar, também traficavam drogas. A minissérie retratava a criação e os desdobramentos de uma facção criminosa, e Betty Faria interpretava Marluce, uma mulher perseguida após receber diamantes roubados de seu amante. Silva contou que Faria, já uma atriz experiente, precisou intervir para evitar gravar uma cena com um desses traficantes.
“É um fato notório que naquela época havia um consumo de drogas exagerado em boa parte do meio artístico”, revelou Silva. Ele explicou que havia figuras que, embora oficialmente fossem atores, também atuavam como traficantes, providenciando drogas para os colegas de elenco. Betty Faria, em particular, recusou-se a gravar uma cena com um desses indivíduos, o que levou Silva a intervir.
A cena em questão ocorreria em um cemitério, onde o ator-traficante faria uma aparição como uma entidade maligna. “Encarar o fulano de frente, de madrugada, em pleno cemitério, com direito a neblina e tudo, e ainda mais com ele a bancar uma entidade maligna? Pelo amor de Deus, Aguinaldo, é barra-pesada demais pra mim. Eu não vou conseguir fazer isso!”, teria dito a atriz. Silva então contatou o diretor da minissérie e solicitou a substituição do ator, pedido que foi prontamente atendido. A cena foi realizada por outro ator, conforme a solicitação de Faria.