Por Wagner Albuquerque e Douglas Ferreira
Apesar de hoje não ser sexta-feira 13, mas 19 de julho de 2024, o mundo inteiro foi sacudido por um bug que travou serviços essenciais. Embora os smartphones dominem nosso dia a dia, muitos bancos, aeroportos e hospitais ainda dependem de computadores e servidores, principalmente do sistema operacional mais usado do mundo, o Windows, que foi o único sistema afetado.
A Microsoft anunciou pela manhã que uma falha no sistema de segurança da CrowdStrike, empresa especializada em cibersegurança, afetou computadores em todo o mundo. Embora a causa tenha sido identificada e corrigida, 365 aplicativos da Microsoft continuam a enfrentar problemas.
Detalhes da falha cibernética
De acordo com a Reuters, a pane foi causada por uma atualização defeituosa na ferramenta de segurança Falcon, da CrowdStrike, usada para monitorar e detectar invasões. O CEO da CrowdStrike, George Kurtz, esclareceu que o problema não foi um ataque cibernético, mas um erro em uma atualização de conteúdo.
“A CrowdStrike está trabalhando ativamente com clientes afetados por um defeito em uma atualização de conteúdo para hosts Windows. Hosts Mac e Linux não foram impactados. O problema foi identificado, isolado e uma correção foi implementada. Indicamos aos clientes que utilizem nosso portal de suporte para obter as atualizações mais recentes e continuaremos fornecendo informações contínuas em nosso site. Recomendamos que as organizações mantenham comunicação com representantes da CrowdStrike por canais oficiais. Nossa equipe está mobilizada para garantir a segurança e estabilidade dos clientes”, escreveu Kurtz na rede social X.
Impacto global em vários setores
Diversas operações foram interrompidas. No aeroporto de Sydney, na Austrália, voos foram cancelados, assim como nos Estados Unidos, onde as companhias Delta e United Airlines suspenderam suas operações. Aeroportos na Índia também enfrentaram suspensões de voos.
No Reino Unido, a Bolsa de Londres e o canal de televisão Sky News foram afetados. Linhas de trem e diversos aeroportos também relataram atrasos. Na França, o comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Paris enfrentou problemas de TI a uma semana do início das competições.
Nos Estados Unidos, a polícia do Alasca reportou um apagão nas linhas de emergência, com vários call centers do 911 fora de operação.
Em Sydney, painéis de voos apagaram, e o aeroporto atribuiu os problemas à Microsoft, que afirmou estar “migrando suas operações” devido a problemas com seus serviços de nuvem nos EUA. O aeroporto de Berlim também relatou atrasos nos check-ins por problemas técnicos, assim como na Espanha.
Nos EUA, as companhias aéreas United, Delta e American Airlines suspenderam seus voos, enquanto aeronaves em voo continuaram seus trajetos normalmente, mas nenhum novo voo decolou.
Serviços financeiros e comunicação:
Alguns bancos e fintechs no Brasil enfrentaram dificuldades em seus aplicativos nesta sexta-feira (19), após um apagão cibernético que impactou diversas regiões do mundo. O site Downdetector registrou problemas em instituições financeiras como Bradesco, Banco Pan, Neon e Next. Informações preliminares indicam que o problema está relacionado à CrowdStrike, empresa de segurança digital, afetando também bancos e fintechs estrangeiros.
Empresas de telecomunicações também foram afetadas, como o grupo australiano Telstra, que relatou problemas globais. No Reino Unido, a Sky News ficou fora do ar, e a Bolsa de Valores de Londres teve operações de compra e venda momentaneamente afetadas, embora os serviços tenham sido restaurados.
“O sistema de notícias está enfrentando problemas globais com um parceiro terceirizado, impedindo a publicação de notícias no londonstockexchange.com. Equipes técnicas estão trabalhando para restaurar o serviço. Outros serviços, incluindo a Bolsa de Valores de Londres, continuam operando normalmente”, informou a Bolsa de Londres em comunicado.
