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Publicado em: 10 julho 2024 às 10:01 | Atualizado em: 10 julho 2024 às 10:03

Quadrilha que fraudava a Caixa Econômica Federal: Um esquema criminoso multimilionário

Por Douglas Ferreira

Operação contou com cerca de 80 policiais federais cumpriram 11 mandados de prisão temporária e 16 mandados de busca e apreensão – Foto: Reprodução

Na manhã de quarta-feira, 10 de julho, a Polícia Federal, em conjunto com a Caixa Econômica Federal, deflagrou a ‘Operação Falso Egidio’, desmantelando uma organização criminosa interestadual especializada em fraudes a programas de transferência de renda. A quadrilha, que operava em cinco Estados brasileiros, conseguiu desviar mais de R$ 10 milhões.

Modus operandi da quadrilha

A investigação, iniciada em abril de 2023 pela Delegacia de Polícia Federal em Niterói, em colaboração com a REAPDRJ (Caixa) e a Centralizadora Nacional de Segurança e Prevenção a Fraude da Caixa, revelou a engenhosidade e sofisticação do esquema fraudulento.

Infiltração e cooptação

O núcleo da fraude envolvia a cooptação de um empregado e duas funcionárias terceirizadas do banco. Esses funcionários, em troca de propina, liberavam o acesso dos criminosos ao aplicativo CAIXA-TEM. Esse aplicativo gerencia as contas digitais sociais da Caixa, que são usadas para distribuir benefícios sociais como o Auxílio Emergencial.

Apropriação de contas digitais

Após a liberação de acesso, a quadrilha se apropriava das contas digitais sociais de terceiros. Utilizando o aplicativo CAIXA-TEM, os criminosos desviavam os valores dos programas de transferência de renda para contas bancárias abertas em nome de pessoas em situação de vulnerabilidade social, como moradores de rua.

Transferências e ocultação

Os valores desviados eram inicialmente depositados nessas contas bancárias, cujos titulares não tinham conhecimento das fraudes. Posteriormente, o dinheiro era transferido entre os membros da quadrilha, dificultando o rastreamento dos fundos.

Ação policial

Para desmantelar a organização, cerca de 80 policiais federais cumpriram 11 mandados de prisão temporária e 16 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Federal de Niterói/RJ. As ações ocorreram nos Estados do Piauí, Rio de Janeiro, São Paulo, Amazonas e Mato Grosso do Sul.

Distribuição dos mandados

No Rio de Janeiro:

  • Rio de Janeiro: 4 buscas
  • Belford Roxo: 2 buscas e 1 prisão
  • Niterói: 2 buscas e 3 prisões
  • São Gonçalo: 3 buscas e 3 prisões

Fora do Rio de Janeiro:

  • Manaus/AM: 2 buscas e 1 prisão
  • Teresina/PI: 1 busca e 1 prisão
  • São Paulo/SP: 1 busca e 1 prisão
  • Campo Grande/MS: 1 busca e 1 prisão

Consequências legais

Os investigados enfrentarão acusações de integrar organização criminosa, furto qualificado, inserção de dados falsos em sistema de informações e lavagem de dinheiro. A operação destaca a complexidade e a audácia da quadrilha, que utilizou métodos sofisticados para burlar sistemas de segurança e desviar recursos destinados aos mais necessitados.