Por Douglas Ferreira
A Petrobras anunciou, nesta segunda-feira (8/7), um novo aumento nos preços da gasolina e do gás de cozinha (GLP) para as distribuidoras. A partir de terça-feira (9/7), o litro da gasolina subirá R$ 0,20, chegando a R$ 3,01, enquanto o botijão de gás de cozinha de 13 kg aumentará R$ 3,10, passando a custar R$ 34,70.
Justificativas para o aumento
A Petrobras justifica o aumento dos preços com base em diversos fatores, incluindo a variação do câmbio e a cotação internacional do petróleo. Ao contrário do que foi anunciado a empresa utiliza uma política de preços que segue a paridade de importação, o que significa que os preços internos são alinhados aos valores internacionais e às flutuações do dólar. Mesmo com a autossuficiência do Brasil em petróleo e as vastas reservas do pré-sal, os preços internos são diretamente influenciados pelas condições do mercado global.
Dificuldades para o consumidor
Para os consumidores brasileiros, a situação é frustrante. Apesar de ser um país com grandes reservas de petróleo, a gasolina, o óleo diesel e o gás de cozinha no Brasil estão entre os mais caros do mundo. Isso se deve à combinação de impostos elevados, custos de produção e logística, além da política de paridade de importação adotada pela Petrobras, tão criticada em governos passados.
Impacto na inflação
O último reajuste da gasolina havia sido feito em outubro de 2023, quando houve uma redução de R$ 0,12 por litro, para R$ 2,81. O preço do gás de cozinha não sofria reajuste desde julho de 2023, quando o botijão de 13 kg custava R$ 31,66. A corretora Ativa Investimentos estima que os aumentos atuais resultem em um impacto de 3,4% no preço final da gasolina e de 3,1% no GLP. Essas elevações devem refletir no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), aumentando a previsão de inflação para 2024 de 4,0% para 4,2%.
Reflexos econômicos
Os reajustes nos preços da gasolina e do GLP têm um efeito cascata na economia, influenciando o custo do transporte e dos produtos que dependem desses combustíveis. Isso inclui não apenas o transporte de mercadorias, mas também setores como o de remédios e perfumes, que já são apontados como novos vilões da inflação.
Considerações finais
A persistência dos altos preços dos combustíveis no Brasil, apesar da autossuficiência em petróleo, evidencia a complexidade do mercado energético nacional e a influência das dinâmicas internacionais. Para o consumidor, isso significa continuar a enfrentar custos elevados, enquanto as políticas de preços e a estrutura tributária permanecem como grandes desafios a serem resolvidos.
O que esperar?
Com a pressão contínua sobre os preços dos combustíveis e a previsão de impactos na inflação, os consumidores brasileiros devem se preparar para um período de ajustes econômicos. A Petrobras, sobretudo agora, com uma presidente alinhada como o presidente e o governo precisarão buscar soluções que possam equilibrar a necessidade de alinhamento aos preços internacionais com a proteção ao poder de compra dos brasileiros.
Não resta dúvida que se as refinarias inidicadas há duas décadas não tivessem sofrido de uma lado superfarutamento e corrupção e do outro solução de continuidade, o Brasil, o governo e sobretudo, o consumidor, estariam noutras condições bem mais favoráveis.