Por Wagner Albuquerque
Em uma demonstração de força para seus aliados China e Rússia, três países europeus montaram a maior expedição aérea de sua história para atuar em cinco exercícios militares no Indo-Pacífico, foco estratégico de Pequim na atual rivalidade com os Estados Unidos. Alemanha, França e Espanha mobilizaram 48 aeronaves, incluindo caças, aviões de transporte, reabastecimento aéreo e helicópteros, para uma jornada de 58 mil km que começou em 27 de junho e se estenderá até 15 de agosto.
A missão, denominada Pacific Skies, também serve como o primeiro teste de ação integrada do programa FCAS (Sistema de Combate Aéreo do Futuro). A iniciativa une os três países no desenvolvimento de um caça de sexta geração e drones que serão comandados a partir dele, previstos para entrar em operação na década de 2040. Politicamente, a expedição europeia responde ao temor de que uma eventual vitória de Donald Trump nas eleições americanas afete novamente as relações transatlânticas.
Os exercícios começaram nesta segunda-feira (8) no Alasca, com o Arctic Defender liderado pelos EUA, e seguirão para o Japão, Austrália e Índia, envolvendo diversos treinamentos de defesa e ataques de precisão. A operação também contempla manobras anuais da Marinha americana no Havaí e exercícios adicionais na Nova Zelândia e na Austrália, com participação britânica.
O Pacific Skies destaca-se por envolver os rivais diretos de China e Rússia, que têm intensificado suas operações militares conjuntas. Para os europeus, trata-se de um ensaio para o novo sistema de armas, enquanto buscam unir forças para competir no mercado de aviação militar, dominado pelos caças F-35 dos EUA.