Por Douglas Ferreira
Enquanto a sociedade rio-grandense se mobiliza para recomeçar, evidenciando um cenário onde o povo ajuda e socorre o próprio povo, as críticas ao governo federal se intensificam. Prefeitos, deputados e lideranças políticas têm expressado repetidamente nas mídias e redes sociais que a ajuda do governo federal ao povo gaúcho tem sido insuficiente. A voz geral é que pouco ou mesmo nada o governo tem feito pelo Rio Grande. No meio desse tumulto, o ministro Paulo Pimenta lamenta que o Congresso Nacional ainda não tenha votado a Medida Provisória que cria seu ministério.
Em uma entrevista ao Metrópoles, Pimenta deixou claro seu descontentamento e emitiu um recado ao Congresso sobre a MP que criou o Ministério do Rio Grande do Sul. Ele profetiza que aqueles que votarem contra a MP enfrentarão consequências políticas sérias.
“É muito difícil que a MP não seja aprovada,” disse Pimenta, baseando sua confiança no “estágio de comoção” que envolve o Estado. Ele prevê que parlamentares que votarem contra a medida serão considerados traidores do Rio Grande do Sul e enfrentarão retaliação política severa.
A MP, editada pelo governo federal em 15 de maio, não teve ainda a comissão mista formada pelo Congresso para análise e caduca em setembro. Se a MP não for aprovada até lá, o ministério extraordinário será extinto às vésperas das eleições municipais, obrigando Pimenta a deixar o cargo.
Pimenta alertou que a rejeição da MP revelaria um partido político que deseja o fracasso do Estado. Ele acredita que a consequência política para qualquer deputado que vote contra a MP será tão severa que ninguém em sã consciência tomaria essa atitude.
“Bom, o deputado gaúcho, a deputada gaúcha, que votar (contra), eles não podem nem voltar ao Rio Grande do Sul. Não pode botar os pés no Rio Grande do Sul, porque ele vai ser considerado um traidor do seu próprio Estado”, disse o ministro.
O ministro assegura que não discutiu a votação da MP com líderes do Congresso até o momento e enfatizou que o povo gaúcho jamais perdoaria uma traição de tamanha magnitude. Ele reforçou que retirar dos prefeitos uma ferramenta vital para a reconstrução do Estado “seria uma ação insana e politicamente danosa”.
Em um apelo final, Pimenta destacou o trabalho contínuo das equipes de saúde, educação e habitação que colaboram com prefeituras de todos os partidos e setores. Ele argumentou que interromper esse esforço conjunto em um momento tão crítico seria uma insanidade política sem precedentes.
O povo gaúcho entende que a ajuda do governo federal é não só importante, mas necessária, mas rejeita o uso político que o governo tem dado em todas as tentativas de investimento no Estado. O gaúcho é um povo forte e aguerrido. Um povo trabalhador e solidário que nem mesmo em meio a uma tragédia sem precedentes na história do Rio Grande do Sul se curva aos capricho de governos e líderes.