Por Wagner Albuquerque
Julian Assange, fundador do WikiLeaks, foi libertado na última segunda-feira, 24 de junho, da prisão de segurança máxima de Belmarsh, onde esteve detido nos últimos cinco anos. A informação foi confirmada pelo perfil oficial do WikiLeaks no X, antigo Twitter, que relatou que Assange deixou a prisão na manhã de 24 de junho e foi liberado no aeroporto de Stansted, de onde partiu do Reino Unido.
Diversos veículos da imprensa americana informaram que Assange aceitou um acordo com a Justiça dos Estados Unidos, o que pode resultar na liberação de sua sentença de prisão quando ele for julgado em território americano. Segundo documentos judiciais, Assange se declarará culpado de todas as 18 acusações relacionadas à obtenção, recebimento e divulgação ilegal de informações confidenciais. O Departamento de Justiça americano pedirá uma pena de 62 meses de regime fechado, que será considerada cumprida devido ao tempo que Assange já passou detido em Londres.
Assange foi preso em 2019, após ser expulso da Embaixada do Equador em Londres, onde buscou asilo em 2012 para evitar a extradição para a Suécia devido a alegações de estupro. Em 2022, o governo britânico concordou em extraditá-lo para os Estados Unidos. O hacker tem sido alvo do governo americano desde 2010, quando o WikiLeaks publicou documentos confidenciais da inteligência americana fornecidos por Chelsea Manning.
A libertação de Assange foi tema de intensa campanha de parlamentares europeus e australianos, além de ter sido defendida pelo presidente brasileiro, Lula, que discutiu o assunto em seu discurso na Organização das Nações Unidas (ONU) em 2023. Lula encontrou-se com editores do WikiLeaks durante a transição presidencial e cobrou a libertação do australiano. Apesar de ser frequentemente referido como jornalista por alguns apoiadores, Assange é mais propriamente considerado um hacker, dada a natureza de suas atividades no WikiLeaks.