Por Wagner Albuquerque
Deputados de oposição protocolaram uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar indícios de fraude na compra de 263 mil toneladas de arroz importado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O certame, realizado na última quinta-feira, teve apenas 17 dos 28 lotes arrematados. O deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS) destacou que várias empresas envolvidas na negociação com o governo federal possuem baixo capital social.
A compra de arroz importado foi uma medida do governo federal para regular o mercado nacional, apesar de produtores locais garantirem que não há risco de desabastecimento. O parlamentar também chamou a atenção para a ausência de empresas do Sul do país, tradicionalmente produtoras de arroz, e para a incompatibilidade das atividades rurais das empresas vencedoras com as registradas no Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAES). Sanderson sugere que esses fatores indicam o uso de empresas “laranjas” para fraudar o leilão.
Um ponto específico de preocupação é a responsabilidade atribuída ao supermercado “Queijo Minas” em Macapá, que deve entregar 147,3 mil toneladas de arroz em uma transação de mais de 736 milhões de reais. A reportagem da Crusoé destacou que o pequeno supermercado, cujo nome empresarial é Wisley A. de Sousa LTDA, tem poucas informações disponíveis e contatos telefônicos que não foram atendidos. A empresa, além de entregar a mercadoria, também deverá empacotar o arroz em sacos de cinco quilos para venda a preço tabelado pelo governo.