Por Douglas Ferreira
Realmente, a situação é bastante surpreendente, e até mesmo irônica se olharmos para o contexto. O Grupo de Supermercado Dia está fazendo uma jogada considerável ao vender todas as suas lojas no Brasil por um valor tão baixo como 100 euros cada. Isso mesmo, 100 euros!
A decisão de se retirar do Brasil e investir em outros países, como a Argentina, é um golpe duro para o mercado brasileiro. A venda das lojas resultará em um prejuízo significativo de 101 milhões de euros para o Dia, conforme declarado em seu comunicado oficial.
A gestora de ativos brasileira MAM Asset Management, pertencente ao Banco Master, é a compradora das redes de supermercados no Brasil, conforme anunciado pela empresa espanhola.
O Dia já vinha enfrentando dificuldades no Brasil, como evidenciado pelo fechamento de mais de 300 lojas e três centros de distribuição no país no ano passado. E agora, com a venda de todas as suas lojas, fica claro que a empresa está buscando se concentrar em mercados considerados mais lucrativos, como Espanha e Argentina.
É interessante notar que a empresa chegou ao Brasil em 2001 com grandes expectativas de retorno sobre seus investimentos, mas aparentemente, essas expectativas não foram atendidas. Agora, com essa mudança estratégica, o Dia está deixando para trás mais de 2.500 trabalhadores que atualmente estão empregados em suas operações em São Paulo.
O fechamento de empresas, especialmente de grandes grupos estrangeiros, é sempre motivo de preocupação, não apenas para os trabalhadores diretamente afetados, mas também para a economia como um todo. A venda das lojas do Dia no Brasil é mais um lembrete dos desafios enfrentados pelas empresas em um ambiente de negócios competitivo e em constante mudança.
Some-se a isso o fechamento de 750 lojas de varejo, com 35 mil demissões, e os índices de desemprego devem se elevar significativamente. Isso deve agravar ainda mais a vida do brasileiro e refletir diretamente na imagem já desgastada do governo federal.