Por Wagner Albuquerque
Em 2012, Robson Augusto Souza dos Santos, renomado cientista brasileiro, vivenciou um momento marcante enquanto acompanhava o parto de seu filho. Na mesma data, em seu laboratório na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), um experimento crítico ocorria, prometendo revelar um peptídeo cuja existência já suspeitava. Em homenagem à médica Alamanda que os assistia, Santos decidiu nomear a molécula descoberta como alamandina.
Para Santos, a descoberta da alamandina representa um avanço significativo rumo a uma Medicina personalizada. Ele acredita que novas descobertas como essa têm o potencial de atender às necessidades de pacientes resistentes aos tratamentos convencionais.
No sistema complexo de regulação da pressão arterial, os rins produzem a renina, que por sua vez gera as angiotensinas, sendo a angiotensina 2 a mais conhecida por elevar a pressão sanguínea. Enquanto a ativação aguda desse mecanismo é uma resposta adaptativa crucial, sua ativação crônica pode desencadear problemas como a hipertensão.
A alamandina, assim como a angiotensina 1-7, promove o relaxamento dos vasos sanguíneos, integrando o que os especialistas chamam de eixo protetor do sistema renina-angiotensina. Sua descoberta abre caminho para potenciais tratamentos da hipertensão, fornecendo uma abordagem mais específica e direcionada aos pacientes.