Por Wagner Albuquerque com informações de Jornal Midiamax
Uma série de reportagens do Jornal Midiamax revelou a entrada de celulares no Presídio Jair Ferreira de Carvalho, conhecido como Máxima, destacando a rotina de um detento que se tornou conhecido como “detento influencer”. Esse preso, encarcerado desde fevereiro de 2021, utiliza o Facebook para compartilhar fotos do dia a dia dentro do presídio, mostrando que o sinal de 5G funciona perfeitamente na instituição. Suas postagens incluem imagens no pátio, dentro da cela e ao lado de outros detentos, além de mensagens pessoais, como uma recente homenagem à filha pelo aniversário.
O detento, que possui histórico de associação criminosa, ameaça, evasão de custódia e tráfico de drogas, demonstra através de suas postagens a facilidade com que detentos conseguem acessar e utilizar dispositivos móveis dentro das celas. A situação revela a falta de bloqueadores de sinal e sugere um ambiente de corrupção entre os servidores penitenciários. As investigações indicam que as cadeias de Mato Grosso do Sul, administradas pela Agepen (Agência Estadual de Administração Penitenciária), têm se transformado em centros de operação para organizações criminosas, facilitadas pela negligência na fiscalização e pela conivência de funcionários corruptos.
O Jornal Midiamax contatou a Agepen para esclarecer a situação. Em resposta, a Agepen informou que a Gerência de Inteligência já havia identificado o caso e estava tomando as medidas administrativas necessárias. A continuidade desse esquema criminoso dentro das penitenciárias é atribuída a brechas deliberadamente mantidas no sistema, permitindo a entrada de celulares por meio de visitas, servidores corrompidos e arremesso de pacotes. O problema é tão abrangente que todas as prisões da região estão comprometidas, com frequentes apreensões de celulares e até explosivos em poder dos detentos.