Por Douglas Ferreira
A situação no Rio Grande do Sul permanece crítica, com mais de 20 dias de enchentes devastadoras que surpreenderam a todos e deixaram um rastro de destruição em grande parte dos municípios do Estado. De acordo com os últimos números divulgados pela Defesa Civil estadual nesta terça-feira (21), o impacto é alarmante: 161 mortos, 85 desaparecidos e 806 feridos nos 464 municípios afetados, totalizando 93% da população gaúcha atingida diretamente. A catástrofe climática deixou quase 600 mil desalojados, enquanto os abrigos atualmente atendem a 72.561 pessoas flageladas.
Além das perdas humanas, as enchentes também causaram danos significativos à infraestrutura, interrompendo serviços básicos essenciais, com a obstrução de estradas e a destruição de pontes, por exemplo. A falta persistente de energia elétrica afeta 78.826 pontos da CEEE Equatorial e 100.400 pontos da RGE Sul, enquanto o Aeroporto Internacional Salgado Filho permanece com as operações suspensas por tempo indeterminado.
Os oito aeroportos administrados pelo governo do Estado estão operando normalmente. Mas os portos de Porto Alegre e Pelotas mantêm suas operações suspensas devido ao nível do Lago Guaíba acima da cota de inundação.
Em meio a esse cenário desolador, a cidade de Porto Alegre enfrenta desafios adicionais após a redução do nível das águas do Guaíba. O acúmulo de lixo e o mau cheiro nas ruas do centro tornaram-se problemas urgentes.
Apesar da retomada das atividades nas escolas municipais, com 16 unidades reabrindo em áreas não afetadas pelas enchentes, a situação continua sendo de calamidade climática, exigindo equipes reduzidas e horários flexíveis para priorizar o acolhimento dos alunos e a realização de atividades lúdicas diante das circunstâncias adversas.
Enfrentar os desafios imediatos e iniciar o longo processo de reconstrução e recuperação exigirá uma resposta coordenada e abrangente, envolvendo autoridades locais, organizações de ajuda e a solidariedade de toda a comunidade.