Por Douglas Ferreira
A indústria cearense está em pleno crescimento, como demonstram os últimos dados. No acumulado do ano, de janeiro a março, registrou um aumento notável de 6% na produção industrial, o que a coloca como a quarta maior taxa de crescimento do país, superando a média nacional de 1,9%. Este impulso coloca o Ceará em uma posição destacada, ficando apenas atrás do Rio Grande do Norte (24,1%), Goiás (10,9%) e Mato Grosso (6,2%).
Os números divulgados nesta quinta-feira, 9 de maio, pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes ao mês de março, revelam ainda mais detalhes sobre o panorama industrial no estado. Ao longo de 2024, foi analisado o comportamento da indústria em diferentes períodos.
Apesar de um declínio de 7,7% na produção industrial cearense na passagem de fevereiro para março, na série com ajuste sazonal, os números anuais mostram estabilidade em relação ao mesmo período do ano anterior, mantendo-se em 0,5%. Contudo, ao considerar o acumulado dos últimos 12 meses até março de 2024, há um declínio de 3,1% na produção industrial do Ceará.
Analisando os setores específicos, observa-se que alguns apresentaram um desempenho particularmente positivo em março deste ano em comparação com o mesmo mês de 2023. Destaque para os segmentos de fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (33,9%), preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos (7,3%), fabricação de bebidas (5,8%) e confecção de artigos do vestuário e acessórios (4,6%).
Por outro lado, alguns setores experimentaram quedas significativas, como a fabricação de produtos químicos (-22,7%), metalurgia (-22,3%) e fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-14,6%).
No acumulado do ano até março, destacaram-se os segmentos de confecção de artigos do vestuário e acessórios (27,5%), preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos (19,5%) e fabricação de bebidas (14,9%). Contudo, houve retração em setores como fabricação de produtos químicos (-42,2%), fabricação de produtos têxteis (-7,1%) e fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-5,4%).
Nos últimos 12 meses, as maiores altas foram observadas na fabricação de produtos têxteis (14%) e fabricação de bebidas (9,7%), enquanto os maiores recuos foram registrados na fabricação de produtos químicos (-36,7%), fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-14,1%) e confecção de artigos do vestuário e acessórios (-10,4%).
No contexto nacional, a produção industrial operava em março em níveis superiores aos de fevereiro de 2020, pré-pandemia de Covid-19, em 7 dos 15 locais pesquisados. Destes, Mato Grosso lidera com 17% acima do pré-covid, seguido por Rio de Janeiro (10,3%), Minas Gerais (10,1%), Goiás (9,3%), Amazonas (4,8%), Santa Catarina (3,9%) e Rio Grande do Sul (2,9%). A média nacional estava 0,4% acima do pré-crise sanitária.
No entanto, alguns estados, incluindo o Ceará, ainda não recuperaram seus níveis pré-pandemia, com uma queda de 13,5% na produção industrial em relação a esse período.