Por Douglas Ferreira
A situação no Rio Grande do Sul atinge níveis críticos e o Estado já contabiliza 85 mortes em função dos temporais. As chuvas incessantes têm devastado as cidades, incluindo a capital, Porto Alegre, que enfrenta um cenário caótico. A falta de energia elétrica é generalizada e a escassez de água potável já é uma realidade, com racionamento em muitos municípios. Mesmo após o término das chuvas, estima-se que o nível dos rios no Estado só retorne ao normal no final de maio.
Especialistas alertam para a situação alarmante do Rio Guaíba, cujo volume atual é cerca de dez vezes superior ao habitual, sobrecarregando a desembocadura na Lagoa dos Patos, a maior do Estado. O panorama em Porto Alegre e na região metropolitana permanece crítico, com as águas do Guaíba previstas para não atingir um nível seguro antes de aproximadamente 10 dias. Enquanto isso, as cidades continuarão enfrentando inundações.
A magnitude da inundação é sem precedentes, resultado das intensas chuvas concentradas na última semana, equivalendo ao volume esperado para todo o outono em apenas quatro dias. A situação é agravada pela demora no escoamento das águas, devido não apenas ao volume colossal, mas também à estreita passagem do Guaíba para a Lagoa dos Patos. Municípios no entorno da lagoa, como Pelotas e Rio Grande, estão em alerta máximo devido à iminente inundação causada pela onda de cheia do Rio Guaíba.
A usina hidroelétrica Dona Francisca, no Rio Jacuí, enfrentou uma pressão histórica, com uma vazão muito acima do normal. Em muitas áreas, os equipamentos de medição foram danificados pela força das águas, dificultando a avaliação precisa da situação. O desafio persiste, com previsões hidrológicas incertas e a possibilidade de mais chuvas na região já afetada.