Por Douglas Ferreira
Os conluios entre prefeituras municipais e vereadores são mais comuns do que se pensa, e muitas vezes essas parcerias suspeitas ocorrem em municípios de porte médio, onde os esquemas envolvem somas significativas de dinheiro. No Piauí, essas práticas ilícitas têm sido observadas desde Cristalândia, no extremo Sul do Estado, até Cajueiro da Praia, no litoral.
Recentemente, a prisão do filho da prefeita de Luís Correia, Maria das Dores Fontenele Brito, mais conhecida como Maninha Fontenele, durante uma operação do Gaeco chamou atenção. Na casa do secretário municipal, Pedro Júnior Fontenele Brito, foram encontrados R$ 145 mil em espécie, embora o mandado de prisão não tenha sido cumprido devido à ausência do suspeito no local.
Agora, uma outra quadrilha que atuava no município de Oeiras foi desmantelada em uma operação agora da Polícia Federal. Durante a ação, foram apreendidos mais de R$ 1,6 milhão em dinheiro, evidenciando a magnitude dos esquemas de corrupção que têm sido descobertos.
A Operação Conectados, realizada pela Polícia Federal e Controladoria Geral da União (CGU), cumpriu 11 mandados de busca e apreensão, incluindo nove em Teresina e dois em Oeiras. Em um dos locais, um escritório de contabilidade, foi encontrado o montante milionário em espécie.
A investigação se concentra em fraudes em licitações e pagamentos irregulares a uma empresa contratada pela Prefeitura Municipal de Oeiras para fornecer suprimentos e equipamentos de informática. O escritório de contabilidade, cujo sócio é o vereador Alan Brandão dos Santos Sousa (PDT), tem ligações com essa empresa e presta serviços para várias prefeituras do Piauí, incluindo Oeiras, o epicentro da operação.
As análises realizadas pela CGU apontaram irregularidades graves, como favorecimento em licitações, contratação com sobrepreço e direcionamento dos contratos. Os prejuízos ao erário chegam a aproximadamente R$ 2 milhões apenas em Oeiras, afetando os recursos que deveriam ser destinados a políticas públicas essenciais, como saúde, educação e assistência social.
A Polícia Federal investiga o desvio de verbas de diferentes fundos públicos, incluindo o Fundeb, o Fundo Nacional de Saúde e o Fundo Municipal de Assistência Social. A operação visa não apenas interromper as a sangria do erário através de práticas criminosas, mas também recuperar os recursos desviados e identificar outros envolvidos, sejam eles funcionários públicos ou particulares.
O inquérito policial continua a apurar crimes como frustração do caráter competitivo de licitação e outros que possam surgir durante as investigações. O vereador não foi localizado para se defender das acusações, mas o Move Notícias disponibiliza desde já espaço para que ele possa apresentar a defesa ou justificativa para o envolvimento do nome dele nessa operação.