Por Douglas Ferreira
Em um desdobramento mais recente do embate entre o ministro Alexandre de Moraes e o empresário Elon Musk, que o acusou de ditador e de interferir nas eleições brasileiras de 2022, o ministro concedeu um prazo de cinco dias para que a plataforma X se pronuncie sobre um relatório da Polícia Federal. Esse relatório apontou uma suposta reorganização do que o ministro chama de ‘milícia digital’, destacando a reativação de perfis na plataforma, que passaram a disponibilizar links para transmissões ao vivo realizadas fora do país por jornalistas investigados.
De acordo com a PF, embora o X tenha bloqueado postagens feitas e recebidas por pessoas envolvidas em processos judiciais, permitiu o uso de sua plataforma para transmissão de conteúdo ao vivo desde 8 de abril de 2024. A manifestação do ministro ocorreu no contexto de um inquérito sob sua relatoria.
Moraes intimou os representantes da rede social para se pronunciarem sobre os descumprimentos apontados no relatório da autoridade policial, dando um prazo de cinco dias para resposta e notificando a Procuradoria-Geral da República.
Segundo a PF, a análise da estrutura da tal ‘milícia digital’ revela que seus membros desempenham um papel ativo e não meramente secundário, buscando promover ataques virtuais, disseminar notícias falsas e atacar instituições e processos democráticos, como o sistema eleitoral e as medidas de combate à pandemia. A corporação afirma que essas ações são deliberadas, planejadas e visam atingir objetivos específicos, selecionando alvos e utilizando redes sociais e aplicativos de comunicação para disseminar mensagens.
Pelo visto essa novela não tem prazo para terminar e produz um capítulo novo a cada semana. Fato é que os estragos que a denúncias de Musk tem causado na política brasileira dentro e fora do país não tem precedente. Hoje, o resto do mundo não olha mais para o Brasil como um país democrático ou como uma nação que vive em pleno exercício do Estado Democrático de Direito.