Por Douglas Ferreira
Astrônomos revelam a descoberta do maior buraco negro estelar já encontrado na Via Láctea, denominado Gaia BH3, cuja massa é 33 vezes maior que a do Sol. Essa notável descoberta, anunciada pelo Observatório Europeu Austral (ESO), localizado próximo de Munique, na Alemanha, surge como resultado inesperado da análise de dados obtidos pela missão Gaia da Agência Espacial Europeia.
O Gaia BH3 foi identificado a uma distância notavelmente próxima da Terra, a apenas 2 mil anos-luz de distância, na constelação de Aquila. Essa descoberta inesperada foi descrita pelo astrônomo Pasquale Panuzzo, do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) do Observatório de Paris, como algo singular na vida de pesquisa de qualquer cientista.
Em média, os buracos negros estelares na Via Láctea têm uma massa dez vezes superior à do Sol. Anteriormente, o maior deles, conhecido como Cygnus X-1, tinha aproximadamente 21 massas solares.
A identificação do Gaia BH3 ocorreu quando os cientistas detectaram uma oscilação na estrela companheira que orbitava o buraco negro. Essa estrela, cerca de 75% da massa do Sol, foi observada em um movimento oscilante ao redor de seu companheiro invisível, revelando indiretamente a presença do buraco negro estelar.
Diferentemente dos buracos negros estelares típicos, o BH3 é descrito como “adormecido”, o que significa que está distante o suficiente de sua estrela companheira para não absorver matéria dela e, consequentemente, não emitir raios X, dificultando sua detecção. Essa descoberta amplia nossa compreensão sobre a diversidade e as características dos buracos negros estelares na nossa galáxia.