Por Douglas Ferreira
A claustrofobia, um transtorno de ansiedade debilitante que afeta 25% da população global, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é mais comum do que se imagina. No Brasil, embora não haja estatísticas específicas devido à inclusão da claustrofobia em outros transtornos de ansiedade, seu impacto é significativo.
O medo irracional e intenso de lugares fechados pode deixar muitas pessoas sem opção, especialmente durante procedimentos como uma ressonância magnética, onde o ambiente confinado pode desencadear uma ansiedade excessiva. O psicólogo Eduardo Moita explica que “essa reação é devido à perda do controle da situação, algo que as pessoas geralmente têm em suas vidas cotidianas”.
Para lidar com esse medo avassalador, alguns hospitais no Brasil estão adotando o método da Dessensibilização e Reprocessamento por Movimentos Oculares (EMDR, na sigla em inglês), uma abordagem terapêutica revolucionária que tem proporcionado alívio para muitos claustrofóbicos. Desenvolvido por Francine Shapiro na década de 1990, o EMDR envolve a recordação de imagens angustiantes enquanto o terapeuta direciona o paciente para estímulos sensoriais bilaterais, como movimentos oculares ou toques manuais.
De acordo com Eduardo Moita, o comportamento claustrofóbico está muitas vezes relacionado a algum tipo de trauma, enquadrando-se na síndrome do transtorno pós-traumático. Portanto, “é essencial reconhecer e abordar esse problema de forma séria e compreensiva, fornecendo apoio emocional aos pacientes durante situações desencadeantes, como exames médicos”.
Essa ansiedade que caracteriza a claustrofobia impede a pessoa de levar uma vida normal. Afinal, o claustrofóbico não consegue entrar num elevador, num metrô ou ônibus lotado. Enfim, qualquer lugar que tire dele o controle ou dificulte a saída é encarado com medo.
Os sintomas da claustrofobia podem variar, mas geralmente incluem ansiedade extrema, dificuldade para respirar, sudorese excessiva, palpitações cardíacas, tremores, tonturas, sensação de sufocamento, náuseas e evitação de situações que envolvam espaços confinados.
É importante oferecer suporte e compreensão às pessoas que sofrem de claustrofobia, ajudando-as a enfrentar seus medos e procurar tratamento adequado para melhorar sua qualidade de vida.