Por Douglas Ferreira
A popularidade do setor agrícola, ou “Agro”, no Brasil não se deve apenas à sua ampla aceitação, mas principalmente à sua produtividade impressionante. O país se destaca como o maior produtor mundial de frango e o principal criador de gado bovino, com um rebanho de 198 milhões de cabeças, representando cerca de 20% de todo o gado comercial do planeta. Além disso, a produção de carne bovina atingiu um novo recorde em 2023, totalizando 8,91 milhões de toneladas, de acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Destas, aproximadamente 25% foram exportadas.
O aumento na produção de carne bovina em 2023 refletiu uma oferta excedente em relação à demanda, o que resultou em uma tendência de queda nos preços do gado e da carne no mercado interno ao longo do ano. A exportação também aumentou, chegando a 2,29 milhões de toneladas, o que corresponde a mais de um quarto da produção brasileira.
Apesar do volume histórico de carne produzida, a produtividade média do rebanho nacional apresentou uma leve queda em relação aos anos anteriores, devido a condições climáticas desfavoráveis em algumas regiões produtoras e à desaceleração dos confinamentos em decorrência dos altos preços dos grãos.
É importante destacar que, apesar do aumento na produtividade, houve uma mudança significativa na composição dos abates, com um número maior de fêmeas sendo abatidas. Isso se deve, em parte, à desvalorização dos bezerros nos últimos anos, o que levou muitos criadores a optarem por descartar fêmeas, especialmente vacas e novilhas, em busca de uma alternativa mais rentável. O aumento no abate de novilhas está relacionado à demanda crescente da China por animais jovens, independentemente do sexo.