Por Wagner Albuquerque
Durante os meses de março a maio, os consumidores enfrentarão aumentos nos preços de remédios, mensalidades dos planos de saúde empresariais e contas de energia elétrica. Após o período de pagamento de impostos, como IPTU e IPVA, os próximos meses trarão desafios financeiros adicionais para os consumidores. Em abril, está previsto o reajuste anual das tarifas de energia elétrica, determinado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A agência irá avaliar e decidir sobre os pedidos de reajuste feitos pelas concessionárias de energia.
Vitor Borges, professor do curso de Finanças da Universidade Federal do Ceará (UFC), aponta que reajustes seguidos em diversos itens preocupam as famílias. “Muitos trabalhadores não terão reajuste semelhante em seus vencimentos, e esses itens representam elementos essenciais no orçamento familiar”, aponta.
Os trabalhadores se veem obrigados, então, a reestruturar as finanças para priorizar a manutenção de itens fundamentais. Pode ser necessário reduzir o consumo de bens ‘supérfluos’, como os utilizados para o lazer.
A porcentagem de mudança dos preços máximos permitidos é definida considerando a inflação e a participação de cada categoria de medicamento no mercado. Em 2023, o reajuste definido pela Cmed, que reúne ministérios e representantes da indústria farmacêutica, foi de 5,6%.
Em janeiro, os remédios também tiveram alta de preço, decorrente da alta do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Planos de saúde mais caros
Os usuários dos planos de saúde também terão as mensalidades reajustadas nos próximos meses. Para parte dos planos coletivos, o reajuste deve ser divulgado até maio pelas operadoras, segundo a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge).
Em 2023, índice de reajuste médio para esse grupo de contratos foi de 17,85%. O reajuste de 2024 será divulgado pelas empresas operadoras em maio e aplicado nos respectivos meses de aniversários dos contratos.
Já para os planos coletivos que tem a partir de 29 vidas, o reajuste é definido por negociação entre a empresa contratante e a operadora. Não há um prazo definido para isso ocorrer. A projeção da consultoria AON é que os planos empresariais possam sofrer aumento de até 25% este ano.
O cálculo considera o aumento do custo médico-hospitalar registrado em 2023. A inflação dos produtos e serviços médicos subiu 14,1% no País no ano passado, acima da média global, ainda segundo a consultoria.
Em relação aos planos de saúde individuais e familiares, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deve definir o índice de reajuste nos próximos meses, já que o percentual vigente vale até abril. Diferente dos planos coletivos, a agência regulamenta um limite para o aumento dos contratos. Em 2023, o teto definido foi de 9,63%, ou seja, as operadoras só poderiam impor aumento de 9,63%.