Por Douglas Ferreira
A China é, de longe, o maior importador de proteína animal do Brasil. Em 2022, o país asiático importou quase 13 vezes mais carne bovina do agro brasileiro do que o segundo maior comprador, seguido pelos Estados Unidos, Egito, Chile e Israel. Agora, mais 38 frigoríficos brasileiros estão autorizados a exportar carne para a China, marcando o maior número de habilitações já registrado na história das exportações brasileiras.
Essa decisão representa um grande avanço nas relações comerciais entre Brasil e China. A Administração-Geral de Aduanas da China (GACC) anunciou a habilitação de oito abatedouros de frango, 24 abatedouros de bovinos, um estabelecimento de termoprocessamento de carne bovina e cinco entrepostos, incluindo um de carne bovina, três de frango e um de suíno.
Alguns desses estabelecimentos foram auditados remotamente em janeiro deste ano, enquanto outros passaram por avaliação presencial em dezembro do ano passado. A inspeção foi realizada por equipes técnicas chinesas acompanhadas por representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou a importância desse momento para ambos os países. Ele enfatizou que a China receberá carnes de alta qualidade a preços competitivos, garantindo produtos de qualidade à sua população, enquanto o Brasil se beneficia com a geração de empregos, oportunidades e crescimento econômico.
A China é o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, suína e de frango. Em 2023, o país asiático importou 2,2 milhões de toneladas de carnes do Brasil, totalizando mais de US$ 8,2 bilhões.
O secretário de Comércio e Relações Internacionais, Roberto Perosa, ressaltou o esforço nas negociações para alcançar esse resultado histórico. Ele destacou o papel do ministro Carlos Fávaro, do Ministério das Relações Exteriores e dos adidos agrícolas na Embaixada do Brasil na China. Perosa afirmou o compromisso em continuar expandindo a lista de estabelecimentos exportadores.
O secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, enfatizou que esse marco histórico demonstra o reconhecimento da qualidade, credibilidade e confiança do trabalho da defesa agropecuária do Brasil. Até o início de março deste ano, o Brasil possuía 106 plantas habilitadas para a China, abrangendo aves, bovinos, suínos e asininos.
Além disso, a recente notificação da China ao Brasil sobre a não renovação da medida antidumping para as exportações brasileiras de carne de frango abre oportunidades para aumentar a competitividade das exportações de frango brasileiro no mercado chinês, beneficiando outros produtores brasileiros.