Por Douglas Ferreira
As Américas Central e do Sul guardam verdadeiros tesouros ocultos sob o solo. Recentemente, a Revista Galileu – Arqueologia, seu portal na internet, trouxe à tona uma importante descoberta no Panamá. O artigo destaca a cultura funerária do povo Coclé, conhecido por enterrar os falecidos juntamente com suas posses. Essa descoberta arqueológica revela não apenas a existência de tesouros escondidos, mas também evidencia que a América era habitada por civilizações organizadas muito antes de seu “descobrimento”.
Os achados revelam a riqueza das tradições funerárias da população Coclé, que residia na área onde hoje está situado o Parque Arqueológico El Caño. Uma tumba datada de 750 d.C. foi descoberta por pesquisadores, revelando os vestígios de um membro da elite da sociedade Coclé, antigo povo do Panamá. Essa descoberta, anunciada pelo Ministério da Cultura do Panamá, inclui artefatos em ouro, cerâmica e oferendas de grande valor material e histórico.
Julia Mayo, diretora da Fundação El Caño, explicou que essa tumba apresenta um tipo especial de sepultamento conhecido como “sepultamentos múltiplos e simultâneos”, onde um número variável de pessoas é enterrado juntamente na mesma tumba, incluindo indivíduos de alto status.
Entre os achados estão peitorais, cintos de contas de ouro, pulseiras, brincos feitos com dentes de cachalote, flautas de osso e muito mais. A escavação ainda não foi concluída, e mais descobertas são esperadas. O sítio arqueológico de El Caño, descoberto em 1925 e estudado a partir de 2008, revela não apenas a existência de uma sociedade avançada, mas também insights sobre sua linguagem, sistemas de hierarquia e práticas funerárias.