por Douglas Ferreira
A empresa encarregada da ‘reforma’ na Penitenciária Federal de segurança máxima de Mossoró está sob investigação devido a suspeitas de utilização de “laranja”. O Ministério da Justiça e Segurança Pública solicitou uma investigação rigorosa sobre as denúncias após as fugas ocorridas na referida penitenciária. O caso das primeiras fugas registradas em uma prisão desse dita de segurança máxima no Brasil é surpreendente.
A empresa supostamente “laranja” também possui contrato com a Penitenciária Federal de Brasília. A R7 Facilities, alvo da investigação, é acusada de envolvimento em um suposto esquema de “laranja” e possui um contrato assinado com a União no valor de mais de R$ 2 milhões para prestação de serviços de apoio técnico e administrativo. Esse contrato tem vigência até 9 de março deste ano.
A penitenciária de Brasília, localizada no Distrito Federal, abriga Marco Willians Herbas Camacho, mais conhecido como Marcola, líder do Primeiro Comando da Capital (PCC). Investigações da Polícia Federal identificaram diversos planos de fuga para libertar Marcola, um dos quais foi interceptado em 2022.
Enquanto isso, os fugitivos de Mossoró são membros do Comando Vermelho (CV), uma facção rival do PCC. Eles escaparam de uma unidade federal utilizando uma estratégia que ainda está sendo investigada pelas autoridades. Mas, há suspeita de que eles utilizaram um alicate negligenciado pela R7 Facilities para cortar a cerca de arame.
Apesar das suspeitas levantadas, o Ministério da Justiça e Segurança Pública afirmou que não há fundamentos legais para suspender ou rescindir os contratos vigentes sem o devido processo legal. A pasta informou que solicitará investigações aos órgãos competentes federais sobre a lisura da R7 Facilities.
A empresa, que recebeu quase R$ 373 milhões em repasses do governo federal desde 2016, tem como sócio-administrador Gildenilson Braz Torres, que recebeu auxílio emergencial e possui dívidas ativas no valor de menos de R$ 10 mil. Essas revelações, publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo geraram polêmica e levaram a questionamentos sobre a idoneidade da empresa.
A R7 Facilities venceu licitações públicas desde 2016 e recebeu repasses milionários do governo federal e do Distrito Federal. Mesmo assim, o sócio-administrador da empresa recebeu auxílio emergencial e enfrenta processos judiciais por dívidas.
O caso das fugas em Mossoró, que ocorreram em 14 de fevereiro, envolve Rogério da Silva Mendonça e Deibson “Tatu” Cabral Nascimento. Os dois fugitivos são condenados por crimes graves e continuam foragidos apesar da intensa busca das autoridades.