Por Douglas Ferreira
No Brasil, as projeções mais otimistas indicam que o mercado de veículos novos poderá registrar um crescimento entre 8% e 12% em 2024. No entanto, o ritmo de crescimento começou o ano de forma bastante tímida.
Em relação às exportações, não apenas não há crescimento, mas também não se espera avanço. Na verdade, as exportações estão em uma verdadeira queda livre, o que gera grande preocupação no setor. Quais são os impactos dessa situação das montadoras na economia brasileira? O que poderia ajudar a reverter esse quadro e garantir os empregos?
A produção brasileira de veículos iniciou o ano de 2024 de forma estável. Em janeiro, de acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as montadoras instaladas no país fabricaram pouco mais de 150 mil unidades, o que representou uma leve queda de 0,1% em comparação com o mesmo mês de 2023, quando foram produzidas 152.666 unidades, uma diferença mínima de 102 modelos.
Assim como ocorreu no ano passado, quando houve uma queda significativa entre janeiro e dezembro, embora não tão acentuada quanto antes, o primeiro mês de 2024 registrou uma produção 11,1% menor do que o último mês de 2023 (152.564 contra 171.578).
Entretanto, ao contrário do que aconteceu em 2023, a produção de veículos leves não teve um desempenho positivo no primeiro mês deste ano. Em janeiro, foram fabricadas 143.027 unidades, o que representou uma redução expressiva de 11,7% em relação a dezembro (162.058). Em comparação com o mesmo período do ano anterior, houve uma queda de 3,3% (147.835).
Uma surpresa no início do ano foi o segmento de caminhões e ônibus, o qual foi o único a apresentar dados positivos. Em janeiro, foram produzidas 9.537 unidades, representando um leve crescimento de 0,18% em relação a dezembro (9.520) e um aumento expressivo de 97,3% em comparação com o mesmo período de 2023.
Quanto às exportações, estas seguem o mesmo padrão de declínio observado em 2023. Em janeiro, foram enviados 18.837 veículos para outros países, uma redução significativa de 26,6% em comparação com dezembro (25.678) e uma queda acentuada de 43% em relação ao mesmo mês do ano anterior (33.048).
O boom da produção de automóveis
Só para se ter uma ideia do quanto o setor encolheu na última década o Brasil atingiu a produção simbólica de 1 milhão de veículos/ano em 1993. Já o recorde histórico de produção até hoje é de 2013, com 3.713.813 unidades montadas. A conta inclui a produção de diferentes momentos da indústria e das mais variadas montadoras instaladas no país.
A produção de veículos caiu 1,9% em 2023 e chegou a 2,36 milhões de unidades. No ano anterior, em 2022, foram produzidas 2,32 milhões de unidades.
Segundo a Anfavea, a baixa quantidade de veículos exportados se deve ao fato de que todos os países vizinhos, com exceção do Uruguai, estão enfrentando uma forte retração no mercado automotivo, o que culminou no pior resultado mensal de exportação desde o ápice da pandemia.
