Por Douglas Ferreira
O governo Lula III enfrenta um desafio significativo: ou não está cumprindo as expectativas da população ou está falhando em comunicar suas realizações de maneira eficaz. Uma pesquisa recente realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas revela que a maioria dos brasileiros não consegue identificar as obras e realizações do governo federal.
Segundo o levantamento, 73,4% dos entrevistados não souberam ou não responderam quando questionados sobre “alguma obra, medida administrativa ou benefício à população” realizados pela gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entre os 26,6% que responderam, apenas 8,6% mencionaram investimentos no Bolsa Família e auxílios de renda, (mesmo o governo tendo excluído mais de 8 milhões de beneficiários do programa) que foram as iniciativas mais lembradas.
Em seguida, 4,5% dos entrevistados mencionaram investimentos em educação pública e 3% citaram o programa “Minha Casa, Minha Vida”. Outras iniciativas, como o reajuste do salário mínimo, o programa Desenrola Brasil e a geração de empregos, foram mencionadas por menos de 3% dos entrevistados.
A pesquisa foi conduzida entre os dias 26 e 28 de janeiro em 26 Estados e no Distrito Federal. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.
Além disso, o levantamento também investigou as falhas ou erros percebidos pelo governo do presidente Lula até o momento. Embora a maioria dos entrevistados não tenha apontado especificamente as falhas, a percepção negativa sobre os deslizes da gestão atual é maior do que o reconhecimento das realizações.
Dos entrevistados, 58,9% não souberam ou não responderam, mas 41,1% mencionaram alguma falha ou erro. Entre as falhas mais citadas, 6,6% dos brasileiros consideraram o aumento ou reajuste de impostos como o maior erro.
Para 4,8%, a falha é estar envolvido ou não combater a corrupção. Outros 4,8% criticaram o “excesso de gastos ou muitas viagens” presidenciais.
E por falar em viagens, o presidente Lula inicia nesta terça-feira sua primeira viagem internacional de 2024, com destino ao Egito e à Etiópia. Outras falhas apontadas pelos entrevistados incluem a falta de controle da inflação (3,1%), o aumento do número de ministérios (2,4%), a falta de reajuste salarial (1,1%) e a falta de investimentos em segurança pública (1,1%), entre outros.