Por Douglas Ferreira com informações Estadão
Muitas pessoas se perguntam: qual é a relação de um conflito do outro lado do mundo com o Brasil? A resposta é: tudo. Vivemos em um mundo globalizado, onde o comércio internacional faz com que navios carregados com produtos brasileiros atravessem áreas em guerra ou conflito, como no caso recente envolvendo os rebeldes houthis, do Iêmen (ou seriam terroristas?).
Um navio transportando milho do Brasil foi alvo de um ataque com mísseis enquanto navegava em direção ao Irã pelo Mar Vermelho. Após o incidente, os rebeldes houthis assumiram a responsabilidade pelo ataque.
O navio graneleiro Star Iris, de bandeira das Ilhas Marshall e operado por uma empresa grega, foi atingido enquanto seguia sua rota do porto de Vila do Conde, no Pará, para o porto de Bandar Khomeini, no Irã. O ataque causou danos mínimos e não houve feridos entre a tripulação. Este incidente evidencia como os houthis agora miram nos navios que transitam pelo Mar Vermelho, pelo Golfo de Áden e pelo Estreito de Bab el-Mandeb, importantes rotas de navegação, independentemente da bandeira que ostentam.
Os houthis descreveram o navio como “americano” e afirmaram que foi alvo de vários mísseis. A empresa proprietária do Star Iris, Star Bulk Carriers Corp., de Atenas, Grécia, não respondeu aos pedidos de comentários. Dias antes, outro navio da mesma empresa, o Star Nasia, também foi atacado pelos houthis.
O porta-voz militar houthi declarou que esses ataques são uma resposta às ações de Israel na Faixa de Gaza e à agressão americano-britânica contra o Iêmen. O Star Iris foi atingido enquanto passava pelo Estreito de Bab el-Mandeb, e seu capitão relatou danos menores. O navio continua sua viagem para o próximo porto de escala.
Os rebeldes houthis têm realizado ataques a navios no Mar Vermelho desde novembro, especialmente em resposta às ações de Israel em Gaza. Esses ataques representam uma ameaça à navegação em uma rota crucial para o comércio global.