Por Wagner Albuquerque
“Jamais se recorreu ao uso de hormônios na indústria da produção avícola, em hipótese alguma!”, afirma Dr. Mário Penz, especialista em aves da Cargill. A Cargill é uma empresa privada, multinacional, com sede no estado de Minnesota, EUA, cuja atividade é a produção e o processamento de alimentos. Atualmente, é a segunda maior empresa do mundo de capital fechado, e está presente nos 5 continentes e emprega mais de 160.000 pessoas em 67 países.
A avicultura desempenha um papel vital na oferta global de proteína, sendo uma das indústrias mais importantes do mundo. No entanto, ao longo dos anos, surgiram diversos mitos relacionados à produção de aves, especialmente no que diz respeito ao uso de hormônios. Durante a Show Rural Coopavel 2024, o Dr. Antônio Mário Penz Júnior, Diretor Global de Contas Estratégicas e Especialista em Aves da Cargill, irá abordar esse tema controverso.
Produção avícola no Brasil
A produção de frangos no Brasil é um pilar fundamental da economia agrícola, ocupando o segundo lugar mundial e liderando as exportações. Os dados do IBGE revelam que mais de 6 bilhões de unidades foram produzidas em 2022, destacando a magnitude da indústria avícola brasileira.
A qualidade e competitividade dos produtos avícolas brasileiros são reconhecidas globalmente, permitindo ao país atender às diversas demandas dos consumidores em todo o mundo. Com projeções otimistas para o crescimento na oferta e demanda mundial, o Brasil está posicionado como líder global na produção avícola nos próximos anos.
Desmitificando o mito: Nunca se utilizou hormônios na produção avícola
Em uma entrevista o Dr. Mário Penz é enfático ao declarar que “Nunca se utilizou hormônio na indústria da produção avícola, NUNCA!”. Ele esclarece que essa crença é infundada e baseada em falta de informação, ressaltando que a literatura científica é clara em demonstrar a ausência de embasamento para o uso de hormônios na avicultura.
O Dr. Penz explica que, academicamente, não há justificativa para o uso de hormônios, conforme evidenciado por estudos nas décadas de 70 e 80. Além disso, destaca a impraticabilidade logística e econômica de aplicar hormônios em larga escala na produção avícola, considerando a produção em bilhões de aves.
O segredo: Genética e eficiência de produção
Um dos mitos mais difundidos é o rápido crescimento das aves na indústria avícola moderna. O Dr. Penz desmistifica essa ideia, explicando que os avanços genéticos ao longo de décadas são os responsáveis pelo crescimento acelerado das aves. Ele destaca que a seleção genética permitiu a produção de aves mais eficientes, que demandam menos ração para atingir o peso ideal.
A redução no consumo de ração por ave tem impactos significativos na sustentabilidade da indústria avícola, contribuindo para a redução da pressão sobre os recursos naturais e a diminuição da poluição ambiental. O Dr. Penz ressalta que a produção animal, incluindo aves, suínos e bovinos, tem se tornado mais eficiente graças aos avanços genéticos e tecnológicos.
Comunicação transparente e a responsabilidade da informação correta
Por fim, o Dr. Penz destaca a importância da comunicação transparente na indústria agrícola. Reconhece o papel fundamental dos veículos de comunicação especializados em fornecer informações precisas e equilibradas. A comunicação entre produtores e consumidores desempenha um papel crucial na construção de confiança e transparência no setor.
Em resumo, a entrevista com o Dr. Mário Penz oferece uma visão sobre a produção avícola, desmistificando alguns dos mitos persistentes associados ao uso de hormônios. Ao destacar a importância da ciência, da sustentabilidade e da comunicação transparente, ele lança luz sobre os avanços e desafios da avicultura moderna.