Por Wagner Albuquerque
Na dinâmica do universo digital, observamos um fenômeno intrigante: enquanto a internet catapultou jovens desconhecidos para a fama e riqueza, como foi o caso de Whindersson Nunes, originário do interior do Piauí, ela também apresenta um desafio que parece gigante para empresas tradicionais, a exemplo da Rede Globo.
Whindersson Nunes, munido apenas de uma câmera e criatividade, transcendeu as barreiras geográficas, saindo do anonimato para conquistar não apenas o Brasil, mas alcançando projeção global. Contudo, o mesmo cenário digital impõe desafios consideráveis para empresas estabelecidas, como a Globo, que mesmo após anos de esforços, não conseguiu atingir a rentabilidade almejada, enfrentando, ao contrário, prejuízos armagos. Esse paradoxo destaca a complexidade do ambiente online, onde as oportunidades coexistem com os desafios, independentemente do tamanho ou renome da pessoa ou empresa envolvida.
A saída de Erick Brêtas, que liderou o Globoplay nos últimos 5 anos, surpreendeu o mercado após o anúncio do Grupo Globo. O NaTelinha apurou que a pressão da cúpula da maior empresa de comunicação do país por equilíbrio financeiro na plataforma digital foi um dos principais motivos. Manuel Belmar, diretor financeiro da Globo, assume o cargo com a missão de atingir o break even point (A expressão em inglês se refere ao momento em que sua empresa atinge o equilíbrio, ou seja, o exato ponto em que não há prejuízos nem lucros.)
Erick Brêtas prometeu equilibrar custos e receitas do Globoplay em 2024, mas estudos indicam que isso não será alcançado. Adiando a meta para 2026, a gestão do executivo foi questionada internamente, levando à sua saída, segundo fontes. A decisão teria sido pessoal, de acordo com o jornalista Daniel Castro.
Manuel Belmar, agora no comando, tem autonomia para adotar medidas contra o prejuízo, incluindo a possibilidade de vender conteúdo para outras plataformas. O prejuízo do Globoplay alerta para desafios similares em emissoras como SBT, Record e Band, que enfrentam a dificuldade de transformar plataformas digitais em lucro. O investimento do SBT no aplicativo +SBT e as recentes negociações de Disney e Warner Bros. com a Netflix indicam os desafios em encontrar um modelo ideal no mercado de streaming.
Política influencia sim
Nos últimos tempos, a Rede Globo, uma das maiores emissoras de televisão do Brasil, encontrou-se no epicentro de uma polarização política que gerou reações diversas na população. Ao adotar uma posição política mais definida, a emissora enfrenta agora a repulsa de uma parcela considerável dos telespectadores, que, por sua vez, buscam por informações em fontes alternativas na internet.
O crescente desinteresse por fontes tradicionais de notícias e a inclinação de parte do público em direção a plataformas online e fontes alternativas representam um desafio para a Globo. A adesão à internet como principal fonte de informação, impulsionada pela busca por perspectivas diversas e aprimoramento da compreensão dos acontecimentos, tem impactado diretamente os serviços digitais da emissora, como o GloboPlay.
A empresa, que investe consideravelmente em sua presença online, agora enfrenta o desafio adicional de conquistar a confiança de uma audiência que busca maior diversidade e imparcialidade em suas fontes de notícias. Este cenário destaca a complexidade do ambiente midiático contemporâneo, onde a fidelidade do público e o sucesso comercial estão intrinsecamente ligados à habilidade das organizações de se adaptarem a mudanças nas dinâmicas de consumo de informação.