O Brasil vai mal pelo menos para a classe trabalhadora. A taxa de desemprego aumentou em 16 unidades da federação, 15 Estados mais o DF, no primeiro trimestre de 2023. Os dados são da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE. Já, nos demais Estados, o índice ficou estável em relação aos três meses imediatamente anteriores.
De acordo com a Pnad, o desemprego cresceu em todas as grandes regiões do país. Destaque para o Nordeste, onde a taxa aumentou 1,4 ponto percentual e chegou a 12,2%.
No computo geral, a taxa de desemprego no Brasil subiu para 8,8% no primeiro trimestre deste ano. Apesar do avanço, o indicador é o menor para o primeiro trimestre desde 2015 (8%).
Segundo analistas a recuperação do mercado de trabalho deve a perder velocidade em 2023. Portando o desemprego vai continuar a assombrar o trabalhador e sobretudo o governo.
“Após um ano de 2022 de recuperação do mercado de trabalho pós-pandemia, em 2023, parece que o movimento sazonal de aumento da desocupação no começo do ano está voltando ao padrão da série histórica”, disse Alessandra Brito, do IBGE.
O Nordeste seguiu com a maior taxa de desocupação entre as regiões, enquanto o Sul (5%) teve a menor. Das 10 unidades da federação com os maiores indicadores, 7 são estados nordestinos. Entre eles, destacam-se Bahia (14,4%) e Pernambuco (14,1%), com as maiores taxas do país.
As menores taxas de desocupação do país foram registradas por Rondônia (3,2%), Santa Catarina (3,8%) e Mato Grosso (4,5%). Estados governados por políticos mais alinhados à direita e ao conservadorismo.
Para a analista do IBGE, essa diferença é associada à informalidade. “Bahia e Pernambuco, bem como a região Nordeste como um todo, têm um peso maior de trabalho informal (emprego sem carteira e conta própria sem CNPJ), o que torna a inserção no mercado de trabalho mais volátil, podendo gerar pressão de procura por trabalho”, diz Brito.
Todos os estados do Norte e do Nordeste registraram taxas de informalidade maiores que a média nacional (39%). Os maiores percentuais entre eles foram registrados por Pará (59,6%), Amazonas (57,2%) e Maranhão (56,5%).
Por: Douglas Ferreira, com informações da FolhaPress