O deputado federal Gilberto Nascimento (PSC-SP), sob a presidência da sessão na Câmara dos Deputados, realizou nesta quarta-feira, 17, a leitura do requerimento de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que pretende investigar os casos de manipulação de resultados de jogos de futebol, conhecida como CPI das Apostas. Sob autoria do deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE), líder do PSB na Câmara e principal cotado para relatar o inquérito parlamentar sobre o tema, o pedido reunia assinatura de 205 deputados, segundo a última atualização.
O número atual é maior do que o mínimo necessário para que o pedido de instalação da CPI seja apresentado ao presidente da Casa. Com a leitura do requerimento feita, o próximo passo deverá ser a indicação deputados que vão compor os trabalhos pelos líderes dos partidos. Segundo o cronograma, o início dos trabalhos está previsto para acontecer já na quarta-feira, 17.
O site da Jovem Pan antecipou que Carreras defende que as casas de apostas, árbitros e a própria Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sejam ouvidos na comissão. A abertura da CPI das Apostas ocorre após o avanço da Operação Penalidade Máxima, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás.
As investigações, conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-GO, indicam que os apostadores cooptava jogadores para combinar ações em campo e faturar com palpites em sites especializados. Em um dos casos, um dos investigados combinou com um atleta para que este cometesse uma falta e tomasse um cartão amarelo.
Após a combinação, o apostador aplicava o dinheiro em um site de aposta com o palpite de que o jogador corrompido seria advertido com um cartão amarelo. Com a concretização do evento combinado, o apostador multiplicava o dinheiro aplicado e repassava parte dos lucros para os atletas.
Até o momento, Santos, Fluminense, Cruzeiro e América-MG afastaram jogadores suspeitos de participar do esquema de manipulação de jogos. Na sexta-feira, o Athletico-PR demitiu dois jogadores por suspeita em escândalo de manipulação de jogos. Afastados por suspeita de envolvimento no escândalo de manipulação de jogos, Pedrinho e Bryan Garcia estão na mira do Ministério Público – ambos, entretanto, ainda não são réus. No total, a Justiça de Goiás já tornou 16 pessoas réus.
Há a expectativa que mais atletas entrem na mira no MPGO. A ação investiga uma possível manipulação de resultados em 13 partidas de futebol: 8 do Campeonato Brasileiro da Série A de 2022, 1 da Série B de 2022 e 4 de campeonatos estaduais realizados em 2023. Os casos investigados envolvem apostas por lances específicos, como cartões amarelos e vermelhos, além de pênaltis.
Jovem Pan News