Por Douglas Ferreira
O Piauí marcou o ano de 2023 com uma expressiva retomada no setor de empregos, consolidando-se como líder nacional na geração de oportunidades de trabalho, conforme indicam os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, relativos ao mês de outubro. Embora este seja um dado positivo, esse crescimento ainda não é plenamente perceptível em boa parte do Piauí. Na capital, por exemplo, onde o emprego mais cresceu, ainda registra-se uma grande massa de trabalhadores desempregados.
Diante desse cenário, o empreendedorismo ganha destaque, manifestando-se de maneira notável no trabalho alternativo que se expande por toda a cidade. Sem oportunidade de trabalho formal muitos “se viram nos trinta”. E esse movimento faz surgir áreas concentradas de comércio, como é o caso da Feirinha na Praça de São Cristóvão, na zona Sudeste da capital.
O feirante Rondinélio Barbosa se estabeleceu no lugar há oito anos. “É daqui que tiro o meu pão de cada dia, que sustento a minha casa, a minha família com muita dignidade”.
O comércio no local surgiu há 15 anos com a chegada dos primeiros feirantes. De lá para cá o negócio cresceu e se consolidou. A feirinha já faz parte do cenário ambiental do logradouro público.
Nessa feira, o consumidor encontra uma diversidade surpreendente de produtos. A professora Isolina Costa é uma consumidora assídua, mencionando: “Eu recorro à feira toda semana para comprar queijo, frutas, verduras, ovos, frango e até capote. É uma maravilha, aqui a gente encontra de tudo um pouco”.
De fato, a professora está correta. Se alguém procura frutas frescas, encontra; se busca milho verde, encontra; e se deseja comprar frutos do mar como camarão, carangueijo, também encontra.
Outra professora, a Márcia Almeida, empreende também na área de alimentação. Trabalha com ovos, galinha caipira e capote. “Eu estou no ramo há 12 anos, mas aqui na feirinha só tenho um ano”, diz orgulhosa do que faz.
Além da vasta oferta na “praça de alimentação”, o visitante descobre uma infinidade de outros produtos. Redes tipicamente nordestinas, tapetes e mantas são comercializados por Seu Francisco Luís, que os traz de Sousa, na Paraíba, a terra dos dinossauros no Nordeste. Com preços acessíveis, ele conquista a clientela, refletindo o espírito empreendedorístico que permeia a feirinha.
Vale destacar que alguns são empreededores individuais, mas há os que geram dois, três e até cinco empregos diretos. É a criatividade do piauiense que busca na atividade paralela ou informal a saída para a crise que parece nunca ter fim.