A startup tem como objetivo atender 10.000 escolas nos próximos quatro anos; atualmente, já oferece soluções financeiras para 300 instituições de ensino.
Um dos obstáculos enfrentados pelas escolas particulares em todo o país é a inadimplência ao longo do ano. A legislação impede que a falta de pagamento durante o período letivo resulte na suspensão dos serviços prestados aos estudantes. Isso, por sua vez, impacta o fluxo de caixa das instituições, podendo dificultar o pagamento de salários e a manutenção das operações.
Foi com essa problemática em mente que o advogado e empreendedor Danilo Costa fundou a Educbank. A fintech oferece crédito às escolas particulares para que elas possam mitigar o impacto da inadimplência ao longo do ano. Na prática, a Educbank quita as mensalidades atrasadas, convertendo-as em créditos.
Recentemente, a startup concluiu uma captação de R$ 70 milhões por meio da emissão de debêntures securitizadas, coordenada pelo Itaú BBA. Essa injeção de capital será direcionada para expandir sua linha de crédito voltada às escolas, com o intuito de aumentar sua base de clientes.
“Embora o nosso principal produto seja o ‘Inadimplência Zero’, nós desenvolvemos um ecossistema completo para oferecer essa solução”, explica Costa. “Criamos uma plataforma na qual as escolas podem realizar a gestão financeira, monitorar o quadro de alunos e gerenciar os pagamentos”.
O serviço oferecido pela Educbank funciona da seguinte forma: se uma escola com 100 alunos apresenta uma taxa de inadimplência de 10%, a fintech assume o valor das mensalidades não pagas por esses 10 alunos, convertendo-o em crédito para a instituição. Caso novos alunos também se tornem inadimplentes ao longo do ano, a startup concede novos créditos.
Com esse aporte de R$ 70 milhões, a empresa estará mais bem equipada para fornecer empréstimos às escolas”, afirma o executivo.
A Gênese da Educbank
Os avós do empresário paulista Danilo Costa eram professores, e a educação sempre desempenhou um papel importante em sua vida. Após se formar em direito, ele trabalhou por alguns anos no setor, principalmente no mercado financeiro, até abrir, em 2016, uma rede de escolas de baixo custo.
“Desde criança, eu tinha o desejo de trabalhar na área da educação, mas não herdei nenhuma fortuna”, conta Costa. “Trabalhei em bancos de investimento até acumular recursos suficientes para empreender no setor educacional”.
Ele permaneceu nesse negócio, chamado Vereda Educação, por quatro anos. Poucos meses antes do início da pandemia, Costa vendeu a empresa. No entanto, seu desejo de trabalhar no campo da educação persistiu.
“Durante minha experiência na Vereda, notei que as linhas de crédito disponíveis para escolas tinham taxas excessivamente altas”, afirma. “Foi assim que surgiu a ideia de criar uma empresa dedicada a apoiar o setor da educação básica”.
Hoje, a Educbank atende a 300 escolas em 25 estados brasileiros. A taxa média de juros praticada é de 1% real ao mês, acrescida da inflação.
Planos Futuros da Educbank
O novo financiamento permitirá à empresa expandir sua oferta de crédito. Veja os objetivos da Educbank:
Com a ampliação da oferta de crédito, almeja processar mais de R$ 1 bilhão em pagamentos escolares em um ano.
Nos próximos quatro anos, pretende atender a 10.000 escolas.
Está planejando o lançamento de novos produtos, como a “Linha Lilás”, que proporcionará crédito às escolas para investimentos de maior porte a longo prazo.
A forma como a startup captou R$ 70 milhões
A Educbank levantou R$ 70 milhões por meio da emissão de debêntures securitizadas. A operação foi conduzida pelo Itaú BBA.
A securitizadora utiliza mensalidades escolares simples como garantia, que não são conversíveis em ações e são de natureza quirografária. O vencimento das debêntures está previsto para 2026.
“O ponto crucial, ao analisarmos a natureza do produto, é que a inadimplência é sazonal”, ressalta Caio Noronha, CFO da startup. “Durante o ano, dado que os alunos não podem ficar sem aula, a inadimplência persiste. Posteriormente, no período de rematrícula, os valores são acertados. O risco é baixo”.
Com informações da Exame.