Por Wagner Albuquerque
Três Décadas do Plano Real: Impactos e Evolução da Inflação no Brasil
Nesta segunda-feira (1º), o Plano Real completa três décadas de existência. Desde o seu lançamento, a inflação acumulada no período foi de 708%, conforme calculado pelo Banco Central (BC).
Na prática, isso significa que algo que custava R$ 1 em julho de 1994 hoje custa R$ 8,08, com base na última divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referente a maio deste ano.
A desvalorização da moeda pode ser observada também ao comparar as cédulas lançadas em 1994. Uma nota de R$ 5 naquela época hoje equivale a R$ 40,40, enquanto uma de R$ 10 vale atualmente R$ 80,80. Seguindo a mesma lógica, uma cédula de R$ 50 em 1994 corresponde a R$ 404,01 hoje, e R$ 100 daquela época equivalem a R$ 808,02 atualmente.
A Consolidação do Plano Real e a Inflação
A variação de mais de 700% no valor do real em 30 anos é significativa, mas é apenas uma fração da realidade brasileira das décadas de 1980 e início dos anos 1990. Naquele período, o Brasil enfrentava uma hiperinflação, com preços subindo a um ritmo frenético, corroendo o poder de compra dos brasileiros.
Em 1984, a inflação anual atingiu 215,27%. Nos anos seguintes, esse índice continuou a subir até alcançar um impressionante acumulado de 2.477,15% em 1993.
A implementação do Plano Real em 1994 conseguiu controlar drasticamente a variação de preços, como mostram os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desde 1995 — o primeiro ano completo após a implementação da nova moeda — o IPCA fechou o ano acima de dois dígitos em apenas quatro ocasiões: 1995 (22,41%), 2002 (12,53%), 2015 (10,67%) e 2021 (10,06%).
Em 2023, o indicador fechou com uma alta de 4,62%, refletindo a relativa estabilidade econômica que o Plano Real trouxe ao país.