Por Douglas Ferreira
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 12,25% ao ano, foi considerada “compreensível” pela Confederação Nacional da Indústria – CNI, mas “insuficiente” para evitar a queda da atividade econômica.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, avalia que, mantido o cenário de controle da inflação, o Banco Central – BC. deve promover novos e mais intensos cortes na taxa básica de juros. Ele acredita que a queda de juros não ocorre na velocidade necessária e que a Selic ainda está em um patamar desestimulante para a atividade econômica.
Alban ressaltou que, mesmo com as reduções na Selic em agosto e setembro, a taxa de juros real ainda está em 8,5% ao ano, 4 pontos percentuais acima da taxa de juros neutra, que não estimula nem desestimula a atividade econômica. Ele considera que a política monetária brasileira tem sido contracionista e que o nível da Selic ainda é excessivo, tanto para o cenário de inflação atual quanto para a perspectiva de inflação futura.
A CNI também mencionou que o cenário de crédito está prejudicado, com uma queda real de 6,4% nas concessões de crédito às empresas nos primeiros oito meses de 2023. A atividade econômica está preocupante, com queda na produção da indústria de transformação e sinais de desaceleração no setor de serviços.
Além disso, as expectativas de inflação apontam para um cenário mais positivo, com projeções de inflação abaixo da meta estabelecida. Para 2023, espera-se que a meta de inflação seja cumprida, e para 2024, a inflação esperada também indica o cumprimento das metas. Isso justifica a necessidade de intensificar os cortes nas próximas reuniões do Copom.